Emotion

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

Eu estive no piloto automático durante as quarenta e duas horas que se passaram. Fingindo, fingindo e fingindo. Fazendo o que eu precisava fazer. Bieber e eu não estávamos nos falando, apenas o necessário e ele estava mais frio do que nunca comigo, enquanto Dimitri, faltava beijar meus pés em devoção. E durante esses dias, eu deixei de me culpar e tentar me desculpar por algo que não era a minha culpa. Se eu seria taxada de vadia, tudo bem. Eu estava fazendo o que precisava por esse plano, por uma vingança que não pertencia á mim, e se eu precisasse abrir as pernas para Ivanoff, eu faria. Estive durante anos tomando conta de mim mesma, ouvindo ofensas e preconceitos por um pedaço de pão, com homens passando a mão na minha bunda e dizendo coisas nojentas em meu ouvido enquanto eu roubava cada centavo deles. E não me sentia culpada.

Não seria agora que eu sentia. Tudo o que eu fiz foi pela minha sobrevivência. Uma garota negra, pobre e com o carro que concertou caiu no mundo, que jogava pôquer pra caralho e sabia o que precisava falar para sempre vencer, que cresceu correndo para fugir de homens e a mentir para não morrer. Essa era Willowdean Lawson, ou como me conheciam nas ruas.

Lottus.

— O que houve, bela?

— Blake está melhorando, logo ele voltará para a mansão e então eu vou precisar tomar muito mais cuidado. – Ivanoff acariciou minha perna, sentando-se ao meu lado no sofá e o encarei.

— Se você quiser, eu posso limpar a sujeira para você. – Colocou uma mecha do meu cabelo para trás.

— Chamaria muita atenção, querido. Eu posso lidar com isso.

— Não duvido disso.

— Acho que preciso de uma bebida, forte. Bieber está insuportável por quê não consegue te localizar. – Revirei os olhos, o fazendo rir.

— Farei uma bebida especial para você. Uísque, aceita?

— Claro. – Quando Ivanoff virou de costas, fingi estar arrumando meu tênis e coloquei a micro câmera instalada atrás de vaso de plantas. E voltei ao meu lugar, ajeitando meus cabelos.

— Com gelo?

— Por favor. – Ri.

— Aqui está. – Entregou-me o copo cristalino. — Estive pensando sobre nós.

— Nós? – Engoli aquele uísque com dificuldades.

— Especificamente em você. Você nunca me disse nada sobre a sua vida. – Soltei uma risada, bebendo mais um gole.

Puta merda! Meu subsconsciente gritou.

— Ah... Eu não tenho muito o que dizer. Minha vida nunca foi importante para ninguém, nem mesmo para mim.

— Mas ela é para mim, moya krasivaya devushka. – Beijou as costas da minha mão. — Vamos começar do começo. Por quê "Lottus"? (Minha menina bonita).

Respirei fundo, engolindo á seco. E mexi meus dedos, em um gestão nervoso e que Ivanoff percebeu, pois segurou minha mão enquanto acariciava meus dedos.

— Eu... Eu cresci em um orfanato. Mas, as pessoas daquele lugar, muitas das crianças mais velhas eram cruéis, então na maioria das vezes eu estava perambulando pelas ruas. Quando um dia, essas crianças me bateram pra valer e eu fugi pra longe.

— Eu sinto muito por isso, minha querida.

— Fiquei dormindo em uma casa abandonada, no final da rua porque todas as crianças tinham medo e parecia ser seguro. E no dia seguinte, eu saí e uma senhora, da casa ao lado, me levou para casa dela. Me deu biscoitos com gotas de chocolate, leite quente e limpou meus machucados. – Limpei as lágrimas que escorriam sem parar. — Depois disso, todos os dias depois da escola eu ia para casa dela. E ela tinha um lindo jardim, me apaixonei imediatamente pela flor de Lótus que ela estava criando.

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