Mine

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'


Ninguém pregou os olhos. Não quando o caos estava diante de nós.

Muitas pessoas estavam acordadas, andando de um lado para o outro, tentando fazer a torre da Vossa Majestade se reerguer. Muitas pessoas tentando salvar outras e muitos mais, recolhendo os corpos do ataque surpresa.

Tantas e tantas, mas todas em silêncio.

Nenhum diria, eram todos orgulhosos demais para admitir, mas estavam destruídos. Talvez não exatamente isso, porém em choque. Esse era o mundo do crime, a morte seria inevitável para qualquer um, até mesmo para os seus maiores e melhores soldados.

Quando amanheceu, não houve qualquer raio de sol atravessando as nuvens, pois tudo estava coberto pelo bréu. O tempo acinzentado, prestes a cair o mundo dos céus. Completamente melancólico. E não demorou para cair a violenta chuva depois que foi jogado o primeiro raio na Terra. Ainda sim, todos continuaram de pé. Trabalhando.

Recomeçando.

Pois Bieber jamais se permitiria continuar no chão como os meros mortais. Não.

Pelo contrário, ele continuava intacto depois de uma batalha. Andando pela mansão como soberano, a típica expressão indiferente enquanto suas esferas douradas mostravam de maneira explícita, a frieza que ele guardava.

— Como Zero está? – Perguntei para Blake, que estava jogando os pertences de Ariel em uma caixa de papelão.

— Está no Hospital. Em estado grave.

— Por falar em Hospital, onde está Trent? – Fazia muitas semanas que nenhum de nós o víamos, o que era estranho, já que Trent era o braço direito do chefe.

— Depois que ele teve alta, Bieber o mandou para uma missão especial.

— Que missão? – Doprei uma blusa de Ariel, colocando na caixa.

— Ninguém sabe. – Deu de ombros, se calando completamente. E eu percebi que aquele era o maior diálogo que tínhamos.

— Ariel não tinha família, então vamos doar todos os pertences dela. – Disse um dos seguranças, talvez seu nome fosse Chips.

— Não vai ter enterro?

— Pra quê? – Arqueou a sobrancelha.

— Por quê ela merece ter um funeral digno.

— Nunca fizemos um, para nenhum dos nossos.

— Mas Ariel terá um. A vida dela não foi em vão. E se tem alguém que merecia pelo menos um despedida, esse alguém era ela. – Disse me exaltando.

— Lottus tem razão, Chips. Faça um. – Blake concordou e aquilo havia me deixado sem palavras.

— Sim, Sr. Blake. – O mesmo saiu do quarto.

— Se você disser algo, eu juro que te mato!

— Eu...Eu nem ia falar nada. Daqui não saí nada. – Respondi á Blake, fazendo sinal de fechando o zíper na boca.

— No fundo você não é uma cadela como gosta de mostrar, Lottus.

— Todos nós nos defendemos como conseguimos. Você sabe disso melhor que eu, usando essa máscara fria e a pose de sanguinário. – Dei ás costas para Blake, segurando uma caixa de roupas de Ariel e desci as escadas, largando nos fundos da caminhonete com outras caixas.

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