Forever

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Toronto, Canada.

Point's Of View Willowdean Lawson, 'Lottus'

O Sol estava despedindo-se outra vez entre nuvens, deixando para trás um rastro de correntes alaranjadas e rosadas, sentenciando sua majestosa presença. Estive em frente a minha janela, observando mais tempo do quê pude contar e apreciando. Perdida nos meus próprios pensamentos, na minha bagunça que estava começando a ser arrumada.

Colocando finalmente os pingos nos "Ís".

Nunca fui fã da verdade, ela sempre me pareceu feia e dolorosa. A mentira era aquilo que todos gostariam de ouvir e presenciar, ela agradava e era bonita. No entanto, demorei muitos anos para entender que com ela vinha consequências. Consequências que poderiam ferir e muito. Não apenas me machucar, e sim, machucar os outros ao meu redor. Mas a mentira era como a bebida em um alcóolatra, a droga para um viciado. Nos destruia, lentamente, ainda que o mundo nos avisasse que é errado.

Poderia contar nos meus dedos quantas vezes pude ser verdadeira em minha vida.

Pensei que a mentira me protegeria. Contudo estive enganada, mamãe sempre me disse que a verdade era o melhor caminho. Bom, ela estava certa. Comecei a mentir para os outros, e em uma excelente auto sabotagem, passei a mentir principalmente para mim.

Enquanto Bieber estava cuidando de Katherine Grace, a mimando de tantas maneiras, estive absorvendo meus demônios e revalando à mim mesma a verdade que tanto escondi.

Primeiro: Meu nome não é Lottus. E sim, Willowdean Rose Lawson.

Segundo: Eu tenho uma família. Ela é completamente estragada. Tenho um pai que se chama Daniel, e dois irmãos mais velhos, Hakeem e Hero. Minha mãe se chamava Katherine Lawson.

Terceiro: Eu tinha vergonha do meu passado.

Quarto: Assim que meu pai foi preso, e eu estava cara a cara com aquele delegado, soube o que precisava fazer. Depois chorei a noite toda no banheiro do meu quarto.

Quinto: Eu sentia saudades dos meus irmãos.

Sexto: Eu não odiava o meu pai. Mas eu também não nutria bons sentimentos por ele. Ele foi um excelente pai por alguns anos, a bebida o destruiu e assim, ele destruiu tudo ao seu redor. Como uma bomba-rélogio. Por muitos anos havia me sentido culpada por não sentir compaixão, como se isso me fizesse uma má pessoa. Eu não desejava o pior dele, pelo contrário. Esperava que ele se recuperasse, contudo... Longe de mim.

Sétimo: A primeira vez que vi Bieber, soube que ele era um adversário à altura dos meus soldados. Eu estava certa.

Oitavo: Eu não me achava digna de ser mãe. E todos os dias Katherine Grace me faz vencer contra isso.

Nono: Eu não sou perfeita.

Suspirei pesadamente.

Décimo: Eu sou completamente apaixonada por Justin Bieber. O pai da minha filha, e talvez o pai dos meus restantes filhos. E eu desejava passar a eternidade ao seu lado.

Isso eu não diria em voz alta. Não era mentir.

— Está tudo bem? – Olhei para trás, limpando algumas lágrimas que haviam escorrido sem que eu percebesse.

— Sim. – Sorri. — E Kat?

— Dormiu. – Justin se aproximou e colocou suas mãos em meu rosto, em forma de concha, encarando-me com preocupação. — O que houve?

— Apenas aceitando algumas verdades.

— E como está sendo? – Respirei fundo.

— Doloroso e doce, ao mesmo tempo. – Bieber sentou na poltrona de canto no meu quarto e me puxou para sentar em seu colo.

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