Chaos

786 55 37
                                    

Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

A minha vida sempre foi uma tempestuosa maré, trazendo e levando, derrubando e empurrando. Eu sabia lidar com isso. Balbúrdia era o meu segundo nome. No entanto, a maré subiu e transformou-se em uma grande tsunami. Começou com a primeira onda tolerável, para depois vir o seu caos definitivamente. Eu não havia sido preparada para isso, papai não me ensinou a escapar de situações como essas. A grande onda destruiu tudo que pôde alcançar. Tudo o que tocou, não existe mais vida. E quando se recolheu, deixou rastros dos estragos.

Bieber foi a primeira onda, suportável. Aquela que nos dá uma degustação do que está por vir.

Ivanoff foi o verdadeiro caos. Tudo o que ele toca, ele destrói.

Mas Dimitri não é uma força da natureza. Ele é um falso anjo. Suas palavras escondem más intenções, seus olhos revelam falsa gentileza. Os alertas sempre gritaram para que eu corresse para longe, e no entanto, insisti para prosseguir em um jogo que já estava ganho.

Fui um peão. Jogada na linha de frente, quando a verdadeira batalha acontecia diante dos meus olhos, e também, por de trás das minhas costas.

— Estamos chegando, querida. – Segurou minha mão e arranquei-a do seu aperto.

— Não toque em mim!

— Sou eu quem dou as ordens aqui. – Riu, debochado e travei a mandíbula.

— Vá para o Inferno!

— Nós já estamos nele. – Assim que passamos pelos portões de sua mansão, soltei um suspiro pesado.

Eu precisava fugir desse lugar.

Um dos seguranças de Ivanoff abriu a porta para mim, e ignorei seu cavalherismo, descendo por conta própria enquanto era seguida por alguns dos seus homens. Dimitri aproximou-se e tocou em minhas costas levemente, nos guiando para dentro de sua majestosa residência.

Minhas mãos estavam entrelaçadas na frente do meu corpo, não importava o quanto eu tentasse aquecê-las; as mesmas continuavam frias, tudo de mim tremia. E não era por causa do ar gélido daquela noite.

— E agora? O que acontece agora? – Parei no meio da sala, envolvendo meus braços ao meu redor.

— Você sempre foi tão apressada assim?

— Aprendi que tempo é dinheiro. – Ivanoff soltou uma risada nasalada, caminhando até o seu frigobar e preparando um copo de uísque.

— Ah, devo dizer que meu sogro lhe ensinou bem. – A menção de meu pai fez-me congelar.

— Onde dormirei?

— Comigo, obviamente.

— Prefiro dormir debaixo da ponte! – Cuspi ás palavras.

— Como se já não tivesse feito isso, não é? – A lembrança voltou em minha mente, e na mesma velocidade que chegou ela foi embora. Troquei o peso de uma perna, inquieta com a quantidade de informações que ele tinha sobre mim. Jamais contei para alguém que cheguei a dormir debaixo da ponte.

LoyaltyOnde histórias criam vida. Descubra agora