Loyalty

Run or Die

Los Angeles, Califórnia.

Alguns dias depois...

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

Depois de algumas horas do primeiro contato, Dimitri me chamou para ir até a sua residência. Eu era uma filha da puta mentirosa, porém não podia mentir para mim mesma e dizer que não estava receosa. Afinal, eu iria pisar na toca da besta e meu pescoço estava em risco. No entanto, se tinha alguém que pudesse estar como infiltrada, esse alguém era eu.

E era interessante pensar como tudo havia mudado desde que fui pega pelo Sr. Bieber. Fazia semanas que eu não estava na estrada, pulando de posto em posto de gasolina para escovar os dentes ou comendo comida trash. Por um lado era estranho, um estranho agradável. Por outro, era estranho, um estranho desconfortável. Eu odiava mudanças, por incrível que pareça, a minha rotina era as ruas e agora eu tinha um lar.

"Lar".

Você é apenas uma empregada. Meu subconsciente disse.

— Escutou o que eu disse, Lottus? – Zero chamou minha atenção, após colocar minha escuta da maneira mais discreta possível.

— Fingir, entrar, estudar e recuar. Eu sei o que fazer.

— Era apenas para termos certeza de que você não é burra. – Blake jogou seu veneno e sorriu.

— E você acha que eu sou?

— Burra? Não. Desleal? Sim.

— Estou começando a acreditar que seu ódio por mim é um tesão não correspondido. – Debochei. A sua expressão ficou sombria rapidamente e comemorei por dentro.

Coloquei a vadia no lugar dela.

— Você estará sem proteção alguma, Lottus. Um passo em falso e você morrerá.

— Entendido, chefe. Estar comigo é a mesma coisa que estar com Deus, relaxa.

— Nesse mundo você precisa ser o contrário de Deus para viver. – Bieber respondeu, sério.

— Tudo certo.

— É hora de ir. – Avisou Blake e assenti, afastando-me.

Junto de mais três seguranças, cada um entrou por algum caminho. Não sabíamos se Ivanoff realmente estava confiando em mim, por isso cada passo meu havia sido melimetricamente calculado para engana-lo. Hoje deveria ser um dia normal, onde eu e mais alguns membros da equipe de Bieber iríamos cobrar dívidas em seu nome. Eu iria estacionar próximo a rua aonde morava o devedor e caminhar a pé para a casa de Dimitri.

Fui diminuindo a velocidade, parando em frente á um pequeno mercado e desci do veículo. Andei em direção á um apartamento e bati na porta, uma garota em torno dos 19/21 anos atendeu a porta e notei rapidamente suas pupilas dilatas, seus atos frenéticos e as maças do seu rosto marcados pelas drogas.

— O prazo acabou, Anne.

— E-Eu sei...

— E você sabe o que acontece quando não pagam o Bieber.

Ela assentiu, seus olhos esbugalhados, mas eu não sabia se era de medo ou os efeitos dos entorpecentes. A mesma correu para dentro do pequeno cubículo e voltou alguns segundos depois, carregando um envelope pardo. Contei o dinheiro, verificando se estava tudo correto e assim que acabei, assenti para ela.

— É sempre bom fazer negócios com você. Desculpe o incômodo. – Sorri, afastando-me. Guardei o dinheiro no bolso da minha jaqueta de couro e enviei uma mensagem para Bieber, avisando minha próxima parada.