Los Angeles, Califórnia.
Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'
A tensão no casarão era palpável. Todos estavam duros como rocha - não no sentido sexual -. Ninguém conversava com ninguém, fazia piadas ou brincadeirinhas idiotas. Pelo menos três vezes por semana Bieber tinha conversas particulares com a equipe, e isso não me incluia. Até mesmo os empregados pareciam ter noção do que estava ocorrendo menos eu. Eu podia sentir os seguranças prestes a matar qualquer ameaça detectada. E tinha receio que essa ameaça fosse eu.
Bieber havia reforçado completamente a segurança de seu palácio. Ninguém entrava ou saia sem que ele soubesse. O filho da puta era insano. E por falar no Diabo, senti os pelos da minha nuca erguerem-se imediatamente e virei-me, o vendo descer da SUV com a típica roupa social. Suas expressões duras, mais que o habitual. Eu gostava de analisá-lo.
Bieber tinha uma beleza crua. Eu amava como sua mandíbula era desenhada e eu não poderia evitar ficar molhada toda vez que ele a travava. Deus! Ainda que seus traços fosse, um pouco, delicados como seus lábios, havia algo na profundeza de suas íris que entregava sua maldade. Não conseguia lê-lo, contudo era notável a maldade no mar âmbar. Ele era como uísque. Forte o suficiente para te embebedar em segundos, e ainda que você não goste, você tem a curiosidade de provar.
Meu pai costumava dizer que grandes pessoas gostavam de uísque. Eu não gostava, mas a partir do momento em que soube que era a bebida preferida do meu chefe, quis tomar tanto quanto ele. Não porquê era boa, por quê não é, e sim por quê me fazia se sentir próxima dele. E eu odiava isso. Odiava como ele estava sob a minha pele, entrando nas camadas mais fundas da minha alma.
Ele era o Diabo, e pela primeira vez, desejei conhecer o Inferno.
— Lottus, venha ao meu escritório. – O segui, estremecendo com seu tom rouco. — Sente-se, por favor.
Espera, o quê?! "Por favor"?
— O que deseja, Sr. Bieber?
A minha pergunta pareceu surgir outro efeito, pois suas esferas escureceram e ele me encarava como se pudesse me foder naquele instante. Esfreguei as coxas, sentindo um incômodo entre minhas pernas. Ele não pronunciou nada durante segundos, manteu seu olhar de predador, avaliando cada detalhe meu.
— Você irá nos acompanhar em um racha essa noite. Correrá para mim contra um inimigo. Ele e eu somos rivais há muito tempo, e ele está de volta depois que eu o proibi de entrar no país.
— Se proibiu, por quê ele está aqui?
— Porque eu matei seu irmão. – Sorriu, no entanto não alcançou seus olhos. — Dimitri Ivanoff. Irmão de Nikolai Ivanoff, o homem no qual você venceu no poquêr e eu o queimei vivo junto de toda a sua equipe.
Congelei.
PUTA QUE PARIU!
Balancei a cabeça, querendo espantar as lembranças sobre aquela noite. Eu sabia que Nikolai era perigoso no instante em que pus meus olhos sobre ele, mas meus instintos diziam que seu irmão era muito pior. E sentia que parte da culpa por sua morte era minha. Jesus Cristo, é realmente agora que irei para a guilhotina? Eu sou tão jovem! Não decorei minha nova casa, evitei comer sorvete semana passada, não dormi com o meu chefe.
— Consigo ver as endrenagens funcionando em sua mente, Lottus. Pare agora.
— E eu irei correr com ele? – Ajeitei-me na poltrona.
— Exatamente. – Deu a volta por sua mesa, caminhando em minha direção e colocou suas mãos sobre meus ombros tensos, massageando delicadamente. Eu ao menos sabia que o homem poderia fazer isso com suas mãos além de matar. — Dimitri não chega aos seus pés, doçura. Se eu sentir que estará em risco, tiro você imediatamente de lá.

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Loyalty
FanfictionUm erro. Um mísero - não tão mísero assim - erro será capaz de unir duas pessoas com o grande dom de causar estragos. Por muitos anos, Willowdean esteve correndo e percorrendo por entre milhas, indo de estado á estado. Uma mulher sem lar. Ela sabe q...