Loyalty

That's What Love Is

Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

As gotículas de chuva caíam como facas do céu, causando um som alto e que cobria o cômodo. Sentia o suor escorrendo pela lateral do meu rosto enquanto estava sentada sobre a cama, com minhas mãos em meu abdômen sentindo minha barriga tão dura quanto uma casca de árvore.

Nove meses de gestação.

Um dos períodos mais difíceis da minha vida estava acontecendo. E não havia como fugir desta vez.

Enquanto o silêncio aqui dentro misturava-se com a chuva lá fora, sentia minhas contrações aumentarem entre sete minutos de diferente. Deitei novamente, respirando de maneira ofegante ao sentir a dor passar por alguns instantes, antes de voltar tão violentamente quanto a última vez. Grunhi, agarrando os lençóis da minha cama e expremendo os dedinhos dos meus pés.

— Garotinha, espere um pouco. Por favor! – Bufei. — Deus!

Ergui meu tronco, gritando de dor enquanto minhas pernas estavam entreabertas sobre a cama. Respirei rapidamente, massageando em círculos meu ventre para buscar alívio das dores, no entanto isso pareceu falhar miseravelmente quando meu corpo tensionou em outra contração insuportável.

Segurei na cômoda ao lado de minha cama e levantei, sentindo meu corpo fraco e trêmulo por causa das dores que estive sentindo durante toda noite e que em alguns horas aumentou gradativamente. Em passos leves e pequenos, caminhei segurando em meus quadris e parei em frente a porta, mordendo meus lábios com tamanha força que senti o gosto metálico inundar minha língua.

— Socorro! Droga! – Bati meus punhos contra a porta, aumentando a medida que era ignorada. — Alguém me ajuda! Por favor!

Arfei, segurando minha barriga enorme com ambas as mãos quando ergui meu vestido, vendo o líquido escorrendo por minhas coxas. A grande mancha formava-se no carpete bege, enquanto continuava deslizando pelas minhas pernas até alcançar o chão. O desespero subiu por meu corpo quando esmurrei a porta, gritando:

— A MINHA BOLSA ESTOUROU! – Gritei contra a madeira, implorando para alguém do outro lado. — ALGUÉM ME AJUDE, POR FAVOR!

Gritei novamente, curvando-me enquanto minhas contrações diminuíam o intervalo entre si. O som da porta destrancada chamou a minha atenção enquanto eu respirava de maneira ofegante, tentando buscar tranquilidade sentindo cada pedaço do meu corpo estremecer. Levantei o olhar, apoiando-me no batente da porta para fitar o segurança.

— Me ajuda... Eu estou entrando em trabalho de parto.

— Como posso confiar em você? – Travei a minha mandíbula, o encarando com raiva.

— Quer olhar a minha vagina? – Arfei de dor ao sentir as contrações retornando. — Meu Deus!

— Calma, calma, Sra. Ivanoff. O que devo fazer? – O segurança tentou me tocar, no entanto eu estava com tanta dor que até mesmo seu toque me fez estremecer. Ele recuou, atordoado.

— Precisa me levar ao médico! – Pedi. — Deus do céu! Isso dói demais!

— Não tenho permissão para tira-la da residência.

— O meu corpo inteiro está se abrindo para um bebê sair, você sabe o que é isso? – Abaixei-me, gritando. — NÃO SABE, PORRA! EU ESTOU SENTINDO A MINHA COLUNA ABRIR!

— Eu não posso...

— CALE A BOCA, SEU COVARDE DE MERDA! – Agarrei o segurança alto pelo colarinho de sua blusa, o fazendo curvar-se do meu tamanho e ficamos cara-a-cara. — Você vai pegar a bolsa da minha bebê no quarto dela, minha bolsa e nos levar para o Hospital imediatamente! Eu não estou brincando, Erick