Dying For You

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Los Angeles, Califórnia.

Point Of View's Willowdean Lawson, 'Lottus'

— Por quê diabos você está chorando pra cima e pra baixo? – Meu pai perguntou, embolado pelo álcool, carregando uma garrafa de cerveja quando deslizou sentando-se do meu lado.

— Milles e eu brigamos. – Apenas de falar o seu nome outras lágrimas voltaram a cair. — Parece que tudo o que eu faço é errado.

— Então termina com ele.

— Mas eu o amo! – Meu pai riu, na verdade, ele gargalhou me deixando puta da vida.

— Vocês jovens não sabem o que é amor ainda, florzinha.

— E você sabe? – Grunhi.

— Não, mas se um cara te faz chorar o tempo todo, algo de errado não está certo. Ou seria algo de errado está certo? Puta merda! – Se embaralhou nas palavras e começou a balbucinar. — De qualquer forma, beba. Aguentar a vida sóbrio é uma merda!

— E por quê isso me ajudaria?

— Não vai. – Riu e ofereceu a garraga de cerveja para mim. Mesmo relutante, aceitei e ingeri meu primeiro gole.

Desceu como merda.

Aquele foi um dos poucos momentos que meu pai me aconselhou em algo e provando ser irresponsável, ainda aconselhou errado. Claro que eu bebia aos meus 16 anos em festas com Milles, mas nunca de tropeçar nas próprias pernas e dormir na privada.

E eu tive meu primeiro porre naquele dia. Com o meu pai. E acordei como se mil elefantes tivessem feito sapateado na minha cabeça. Foi a pior experiência da minha vida. Eu continuei chorando por Milles, vivendo um relacionamento tóxico e bebendo cada vez mais.

O primeiro tapa não foi o suficiente para me acordar. Eu precisei de muitos outros mais. Até me olhar no espelho, tentando encobrir os hematomas aos 17 anos e perceber que não podia mais ser aquela garota. Não poderia mais viver naquele lugar, daquela maneira.

Eu parti. Jamais bebi novamenfe como meu pai ou usei drogas como meus irmãos. Eu tinha meus vícios, mas me recusei a ser como o meu passado.

Fodida, porém não totalmente.

Bebi outro gole da cerveja, com as pernas cruzadas no sofá do escritório de Bieber, enquanto todos estavam falando sobre Ivanoff e seu sumiço. Eu sentia seu olhar queimando sobre mim e ignorava completamente, perdida nas malditas lembranças.

O som do celular tocando na mesa de Bieber fez todos se calarem e eu finalmente despertar.

— É ele. – Bieber me encarou, novamente indiferente e estendeu o celular em minha direção.

Peguei o mesmo, devolvendo o olhar e atendi a chamada de Ivanoff.

— Dimitri?

— Moya lyubov'! – Sua voz forte carregada pelo sotaque russo soou. — É muito bom escutar sua voz. Eu senti sua falta.

— Onde esteve? Eu fiquei tão preocupada!

— Eu estou bem, querida. Está tudo bem agora!

— Nunca mais me assuste desse jeito! Pensei que... Que... – Embarguei minha voz.

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