00. ᴘʀóʟᴏɢᴏ

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LIA MONROE

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LIA MONROE

Hoje é meu aniversário de dez anos. E também, dia de passeio em minha escola, vamos ao zoológico. Meu melhor amigo, Jony, está sentado ao meu lado no ônibus.

Eu e ele nos conhecemos desde os cinco anos, ele é quase meu irmão. Nossas famílias são amigas desde sempre, e isso ajudou em nossa amizade.

一 Lia, aposto que lá vai ter um bicho com sua cara. - ele me disse e logo começou a rir.

一 Aposto que vai ter um macaco, com orelhas iguais às suas! - rebati, e imitei o bicho.

一 Não tem graça! - Jony parou de rir e cruzou os braços emburrado, me fazendo gargalhar alto.

Chegamos até o local e descemos do ônibus. Antes que nossa professora pudesse dizer alguma coisa para nós, um homem chegou e a mordeu no pescoço. Sua carne foi puxada e seu sangue começou a espirrar. Meus colegas de turma começaram a chorar e gritar.

Eu e Jony ficamos paralisados olhando a cena, não sabíamos o que fazer.

CRIANÇAS! - olhamos na direção da voz e vimos que era meu pai. Ele trabalha em uma fábrica ali perto. 一 Venham comigo! - o mais velho diz, com certa urgência na voz.

Corremos até ele e entramos em seu carro, os dois no banco de trás. Estávamos ofegantes de tanto correr, meu pai estava olhando para nós com uma expressão preocupada.

一 Vocês estão bem? Foram atacados por alguma daquelas coisas? - meu pai virou o corpo para trás no banco e perguntou para nós.

一 Não tio Spencer... - Jony respondeu, recuperando o fôlego. 一 Estamos bem. Mas, o que são aquelas coisas? - perguntou, colocando o cinto.

一 Monstros. - meu pai respondeu 一 Pessoas que morreram e voltaram a vida. Eles só morrem de vez com algum golpe na cabeça. O governo disse que temos que sair da cidade o quanto antes. - ele completou, ligando o carro.

一 E para onde vamos? E os pais do Jony?! - perguntei assustada.

一 Vamos até a casa de Jony para avisar os pais dele. De lá, vamos até a casa dos seus avós e decidimos o nosso destino. - assentimos e ficamos em silêncio em seguida.

Assim foi, fomos até a casa do Jony em busca de seus pais. Não tinha ninguém por lá. Subimos para o segundo andar e demos de cara com uma daquelas coisas. Era a mãe do meu amigo. Meu pai enfiou uma faca na cabeça dela e virou para ele, que chorava muito.

一 Garotão, ei... calma! - meu pai estava agachado na altura dele e passava sua mão no rosto do garoto 一 Você vai ficar comigo, com a Lia. Você vai ficar bem, ok?! - Jony concordou com um movimento de cabeça 一 Tudo bem... então preciso que vá até seu quarto e pegue algumas roupas. - e assim ele fez.

Enquanto ele foi até lá, escutamos um barulho de dentro do banheiro. Meu pai me colocou atrás de seu corpo, preparou a faca e abriu a porta devagar. Era outro zumbi, dessa vez era o melhor amigo do meu pai, o pai de Jony.

Vi que meu pai matou ele com um pouco de dificuldade, por que quando o corpo caiu no chão, ele começou a chorar. Deve ter sido difícil para ele "matar" o homem que era seu amigo, desde criança.

Quando Jony voltou, meu pai impediu que ele visse outra vez os corpos. Descemos as escadas correndo e voltamos para o carro.

Cheguei em minha casa e fui direto para meu quarto, Jony me acompanhou. Peguei uma mala e coloquei boa parte das minhas roupas, peguei outro par de tênis e dois cobertores - um para mim e outro para meu amigo - .

Peguei também o ursinho que minha mãe havia me dado antes de morrer, e uma foto nossa com meu pai. Fechei a mala e parei na porta do meu quarto, pela última vez. Dei um longo suspiro, fechando a porta em seguida.

Meu pai havia feito a mesma coisa, pegado roupas, comidas e uma arma que ele tinha comprado. Colocamos tudo no carro e fomos rumo a casa dos meus avós, Deanna e Reg, eles moravam perto de Washington.

A viagem foi bem agitada. As estradas estavam cheias, interditadas e com alguns infectados. Meu pai dirigia de forma tensa. Jony foi a metade do caminho olhando para uma foto de sua família e agarrado, assim como eu, em um bichinho de pelúcia.

Chegamos na casa dos meus avós já a noite. Meu pai contou a situação para eles, principalmente a de Jony, e os mais velhos disseram que iríamos ficar ali por enquanto.

Meu tio Aiden também morava aqui, ele era legal comigo, mas ficava na dele. Minha vó é uma mulher boa, super carinhosa comigo, e agora com Jony também.

一 Crianças, hora de dormir. - ela disse enquanto cobria eu e meu amigo. 一  Boa noite! - completou, deixando um beijo na testa de cada um.

一 Boa noite! - nós dois dissemos em uníssono.

Custei pegar no sono. Estava com medo do que nossas vidas iriam se tornar. Iríamos viver correndo para sempre dessas coisas por aí, ou conseguiríamos achar um lugar e criar algum tipo de civilização?

Depois de pensar muito, imaginar muita coisa e conversar com minha mãe - sim, de alguma forma eu ainda sinto sua presença, e falo com ela - eu consegui pegar no sono, abraçada com meu ursinho.

Depois de pensar muito, imaginar muita coisa e conversar com minha mãe - sim, de alguma forma eu ainda sinto sua presença, e falo com ela - eu consegui pegar no sono, abraçada com meu ursinho

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𝗿𝗲𝘃𝗲𝗻𝗴𝗲 𝗳𝗼𝗿 𝗮𝗹𝗲𝘅𝗮𝗻𝗱𝗿𝗶𝗮 ↯ c. grimesOnde histórias criam vida. Descubra agora