LIA MONROE
O dia já havia amanhecido. Meu pai estava conversando com meus avós na sala, tentando decidir um novo destino para nós. Eu e Jony paramos no pé da escada para podermos escutar a conversa.
一 Spencer, podemos subir muros em volta das casas, criar uma pequena cidade! - meu avô dizia, enquanto tomava seu café.
一 Não sei... - papai respondeu de forma receosa. - Construiriamos esses muros como?
一 Podem ser feitos com placas de metal. - minha avó se pronunciou - Seriam resistentes se caso um número de mortos se acumulassem em volta.
一 E se quando estivemos montando essa estrutura, os mortos nos atacarem? - meu pai perguntou outra vez. Ele parecia preocupado com essa idéia.
一 Podemos conversar com a vizinhança, criar equipes de segurança e para buscar suprimentos. - minha avó respondeu e vi meu pai suspirar fundo.
一 Eu, Nicolas e mais alguns amigos podemos sair em busca dos suprimentos. - meu tio Aiden se dispôs.
一 Certo então, vamos conversar com nossos vizinhos hoje. E crianças... - meu avô virou em nossa direção 一 Podem vir até aqui. - ele sorriu de forma carinhosa, se abaixando e abrindo os braços para um abraço. Corremos até e pulamos em seu pescoço.
Tomamos nosso café da manhã e saímos para a rua. Pelo visto a cidade dos meus avós, era uma das poucas que ainda não tinham sido dominadas pelos mortos.
Meu avô era conhecido por todos no bairro, então logo sua idéia foi aprovada. Começariam as obras amanhã logo cedo. Meu tio iria até o centro com uma equipe, buscar armas, enlatados e até mesmo roupas para nós.
Não tinham muitas crianças no bairro, as únicas que tínhamos conhecido era o Ron, da nossa idade, e seu irmão mais novo, Sam. Eles eram filhos do Doutor Pete e de Jessie.
Depois que a reunião com o bairro acabou, meu pai levou eu e Jony até um pequeno parquinho que tinha ali. Ele estava tenso, parecia preocupado com alguma coisa.
一 Papai está tudo bem? - me sentei ao seu lado e ele soltou um suspiro profundo.
一 Está sim filha. - ele me mandou um sorriso sem mostrar os dentes. 一 Só estou preocupado com isso tudo. Esse novo mundo, nova cidade... sabe? Mas, eu vou ficar bem. Nós vamos ficar bem! - meu pai me abraçou de lado e deu um beijo no topo da minha cabeça. 一 Agora vai lá brincar, logo vai escurecer. - Corri de volta ao balanço, onde meu amigo estava.
Quando anoiteceu, meu pai mandou voltarmos para casa e tomar banho. Jony já havia saído e eu entrado. Quando sai, nós ficamos jogando um jogo de tabuleiro que ele tinha trago.
一 Você acha que vamos sobreviver? - olhei para ele confusa 一 Tipo... daquelas coisas. - ele complementou.
一 Não sei. Talvez sim, talvez não. - respondi dando de ombros 一 Mas eu espero que sim. Somos fortes, vamos conseguir sim! - disse confiante e ele sorriu em concordância.
(...)
No outro dia, acordei com os barulhos de obra. Vesti uma blusa de frio e sai na varanda de casa. Meu pai estava sentado nos degraus, fui e sentei ao seu lado.
一 O barulho te acordou? - concordei com a cabeça 一 Vai ser assim durante alguns meses.
一 Acha que vai dar tempo de subir todos os muros, antes dos zumbis chegarem até aqui?
一 Zumbis?! - ele me perguntou de forma confusa.
一 É. Sabe, morreu, mas voltou. Zumbis! - expliquei e ele riu.
一 Jony foi até a casa de Jessie brincar com Ron, por que não vai até lá? Mas se vir alguma coisa, volte correndo para casa!
一 Tudo bem papai. - dei um beijo em sua bochecha e me levantei 一 Eu te amo! - gritei já na rua.
一 Eu te amo mais, pequena! - ele gritou de volta e entrou em casa.
Eu não iria até Jony e Ron, não quero fazer coisas de meninos. Fui até o final da rua e me escondi atrás de uma casa. Olhei para ver se ninguém tinha me visto e entrei na floresta.
Comecei andar, não tão longe, ainda conseguia ver as casas. Sentei embaixo de uma árvore e fechei os olhos por um momento.
"O que está fazendo aqui sozinha minha pequena?" - a imagem da minha mãe apareceu e ela me perguntou com uma voz doce.
一 Não quero ficar lá, me sinto presa. Quero ver como o mundo é aqui fora. - respondi olhando para ela.
"Sabe que seu pai não vai gostar disso, não é mesmo?" - ela disse e riu.
一 Eu sei... - disse rabiscando a terra com um graveto 一 Ele vai me entender. - olhei para onde minha mãe estava, mas ela tinha sumido. Uma garota estava parada me olhando.
一 Vo-você conversa sozinha? - levantei de pressa e me afastei dela. Ela estava suja, com a boca cheia de sangue.
一 Você é uma daquelas coisas? - ela negou com a cabeça. 一 Então porque está toda suja de sangue?! - perguntei com as sobrancelhas cerradas.
一 Eu estou sozinha. Minha cidade foi invadida a dois meses e meus pais morreram... - ela abaixou a cabeça 一 Estou suja porque venho andando e matando esses bichos nesse tempo. E sobre minha boca, é porque minha comida acabou a uma semana, então comi um animal.
Fiquei sem o que fazer por um tempo, mas antes que pudesse dizer alguma coisa, dois zumbis apareceram perto de nós. Tentei correr, mas virei meu pé. Vi a menina correndo para perto de mim e matando um zumbi que se aproximava.
一 Você está bem?! - ela me ajudou a me levantar e apoiar no chão.
一 Acho que torci o pé... CUIDADO! - antes que o outro zumbi atacasse ela, alguém atirou nele. Quando o corpo caiu, eu vi quem era. 一 Estou ferrada... - sussurrei para mim mesma.
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𝗿𝗲𝘃𝗲𝗻𝗴𝗲 𝗳𝗼𝗿 𝗮𝗹𝗲𝘅𝗮𝗻𝗱𝗿𝗶𝗮 ↯ c. grimes
Fanfictionㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤ╰ i can't save us. ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤmy atlantis, we fall . . . Vivendo em alexandria, a comunidade de seus avós, Lia Monroe precisa lidar com o fato de ser a futura líder do lugar, e assim aprender a cuidar das responsabilidades e consequências q...