O Regresso da Potter Desaparecida [1] (Reescrevendo)

Capítulo 4 - Daria-nos jeito uma diabrete como tu no nosso grupo

Uma semana em Hogwarts, uma semana a viver com o meu irmão e não nego que isso me deixa completamente feliz só que... Havia um grande problema. Os meus pesadelos. O César podia estar longe da minha vida mas continua a atormentar-me... Adorava enterrá-lo no passado mas ele não me deixava em paz. Queria continuar a viver em liberdade só que ele não permitia... Queria acabar com este demónio só que eu não sabia como e isto estava a esgotar-me. E para melhorar, eu ouvia um sussurro, não sabia se era uma mulher ou um homem, era apenas um sussurro e chamava por mim, eu o ouvia enquanto dormia e raramente acordada mas eu ouvia... E isso deixava-me um pouco aterrorizada.

Ando super cansada, com muito sono... Por causa disso o meu lado deprimente voltou átona e eu não queria nada... O meu irmão já reparou na minha mudança e perguntava o que se passava comigo ultimamente, eu sempre lhe dizia que estava bem, que não era nada. Claro que a Hermione e o Ron também se aperceberam e a Granger não parava de me fazer perguntas... Já irritava um pouco mas eu entendo. Já pensei em mil e uma maneiras de dizer isto ao meu irmão mas ele anda com tanta coisa na cabeça que não quero preocupá-lo com mais alguma coisa, ainda tenho que lhe contar o que é a primeira prova do torneio...

Respiro fundo e olho para a pequena caixa onde tinha feito meio que uma caminha para o ovo, bem... Já não era um ovo. Ele eclodiu e saiu de lá uma pequena larva de cor vermelha, era estranha para ser sincera. A Hermione implorou para que eu a atirasse fora mas eu não fiz isso porque era a minha larva e quanto mais, eu tenho um pressentimento grande sobre o que será esta larva. Ela agora estava no seu próprio casulo e se tudo correr bem, daqui a uma semana sairá uma bela fada. Espero que seja mesmo isso porque senão tenho medo do que poderá ser.

Pego no meu uniforme e vou para a casa de banho em silêncio porque a Hermione ainda estava a dormir. Visto o uniforme e suspiro ao olhar-me no espelho, tenho olheiras... Pego na minha varinha e conjurei um feitiço de ilusão para que os outros vissem o meu rosto como ele costuma ser. Arranjo o meu cabelo e volto para o quarto para arrumar tudo o que precisava na mala, sai do quarto e ando pelo dormitório que estava estranhamente silencioso. Nunca sai tão cedo do quarto, costumava ver as outras raparigas pelo corredor ou a fazerem muito barulho nos seus quartos e agora não via ninguém... Eu até gostava disso. 

Ao fechar a porta do dormitório vejo que alguém estava sentado no sofá em frente da lareira da sala comum, desço as escadas em espiral e sorri quando apercebi-me que era o Neville. Sento-me ao seu lado e encarei-o curiosa.

- De pé tão cedo Neville? O que se passa?

- Eu tenho sonambulismo, devo de ter vindo para aqui... Ainda falta quase duas horas para as aulas começarem e eu não consigo voltar a dormir... E tu?- Falou com uma voz completamente drogada de sono.

- Sem vontade para dormir.- Digo, claro que era mentira mas eu sou assim mesmo, não quero que ninguém se preocupe comigo. O olhar do Neville entregava o quanto ele estava cansado, respiro fundo e o puxo para que ele se deitasse com a cabeça nas minhas pernas, ele não disse nada mas a expressão curiosa dizia tudo.- Fecha os olhos e pensa em algo que te deixa muito feliz, seja ela uma memória ou algo da tua imaginação, apenas pensa.- Falo.

O Neville assentiu e após se ajeitar melhor, fechou os olhos, solto um pequeno suspiro, passei com a minha mão por dentro dos seus cabelos e comecei a criar sons musicais calmos, suaves e baixos. Era como uma canção de embalar... Uma das maneiras que a minha mãe adotiva Sophia fazia para me ajudar a adormecer, eu lembro-me disso... E lembro-me da sua risada doce... Ainda não acredito que este tempo todo ela não era a minha mãe verdadeira, mas não muda o facto de ela ser a minha mãe... Mas porquê que o César nunca me disse nada? Porquê que ele nunca me atirou à cara que eu era adotada?... Será que ele também não sabia? Mais perguntas... Será que todas as minhas perguntas um dia serão respondidas? Gostava tanto de saber a verdade... Viver com esta angústia no coração era estranho...