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Rafaela 

1 semana depois...

A semana passou devagar na verdade a vida passava devagar quando você tinha que viver em cativeiro tipo um bicho. Eu tinha meu barraco, não era grande mais era bem confortável, tinha apenas um quarto com banheiro, uma sala espaçosa e uma cozinha tamanho médio, e na frente da casa uma área com uma espreguiçadeira. Não é que eu não podia sair de casa, eu até podia desde que fosse pelo morro, mais onde eu ia tinha gente me vigiando, e as vezes dava a louca em Vandal e ele me proibia de sair até na frente de casa.

Falando nele, não vi por essa semana, mandei mensagem pedindo dinheiro e ele disse que ia mandar por um dos vapor dele, porquê ele tava ocupadaço. As coisas por aqui não estavam muito bem á um tempo, Tessa havia me contado que UPP tava batendo direto no pé do morro, fora os comentários que o dono da Vila Cruzeiro que fica aqui ao lado da Vila Proletária da Penha ta batendo em cima dele e teve até uns homens dele morto, se é verdade? eu já não sei, mais se fosse e por acaso Vandal caísse eu não acharia ruim não.

Nunca fui de desejar morte de ninguém não, mais quando se é forçada ser propriedade de um homem aos 15 anos e esse homem te bate, te droga, te agride física e verbalmente, te trai e te trata feito um lixo você passa a ter um motivo né, sem contar que eu nunca amei ele, sempre tive medo e nojo, na época eu tinha 15 anos e ele 25.

Termino de almoçar sozinha, enquanto pensava na vida, pego meu celular depois de ouvir que havia chego uma notificação, sorrir ao ver a mensagem de Betinho dizendo que iria passar na minha casa a noite quando tivesse rolando o baile

Rafaela: Vou estar esperando, vou deixar o portão aberto  // 17:58

Betinho era um puta neguinho gostoso, ele trabalhava pro Vandal, e hoje era dia de Baile um dos mais lotados pra variar, a comunidade toda subia na quadra e nesses dias ele geralmente deixava um vigia só pra bater ponto na minha rua, e por acaso esse vigia era Betinho, não vou mentir dizendo que eu era fiel, porquê eu to longe de ser, quando tem uma oportunidade eu caio matando mesmo.

Quando a noite cai, apresso em tomar meu banho e passar bastante óleo e hidratante no meu corpo, visto um shorts jeans lavagem clara e coloco uma t-shirt lisa sem estampa toda preta, nos pés calço meus chinelos mesmo, enquanto secava o cabelo vendo a noite lá fora quente e estrelada, olho pra fora depois de escutar um barulho no portão, vendo Betinho entrar pelo mesmo olhando para os dois lado da rua antes de bater o portão atrás de si.

__ Eae Rafa - Ele diz entrando no meu campo de visão __ Ta gostosa em 

__ Eu sou gostosa - Digo passando meus braços por seu pescoço, ele desce as mão até meu quadril __ Tava esperando o chefe mete o pé pro baile, ta ligado que se ele desce aqui bagulho fica feião pro meu lado 

Vou andando com ele até meu quarto, enquanto passava minha língua por seus lábios vermelhos, ele senta na cama e eu não hesito em me sentar no seu colo, ele me olha com fogo no olhar enquanto desce as mãos pelos meus seios soltando um suspiro alto ao notar a ausência do sutiã ali.

__ Tu é problema morena - Ele nega com a cabeça tirando minha blusa pela cabeça

__ Tu gosta que eu sei - Saio do seu colo apenas pra ficar de joelho no chão tirando sua bermuda junto da cueca, e colocando seu pau na boca enquanto ele segurava meu cabelo me incentivando á ir mais fundo


23:57

Enrolo meu cabelos em um coque frouxo enquanto Betinho vestia sua camiseta , depois de ter transado por esse quarto todinho ele diz que vai embora, pois estava dando a hora do seu turno acabar 

__ Quando for meu turno eu apareço por aqui de novo - Ele diz juntando seus lábios nos meus no mesmo momento que o portão é aberto com força, tenho um sobressalto ouvindo a voz de Vandal 

__ RAFAELA - Ele grita entrando em casa acompanhado de quatro de seus homens __ SUA VAGABUNDA EU TE AVISEI OQUE IA TE ACONTECER SE PEGASSE TU COM MACHO

Ele não espera e parti pra cima de mim agarrando meus cabelos me fazendo quase cair no chão com a pressão 

__ ME SOLTA CARALHO - Eu grito enquanto ele me sacudia e me arrastava pra fora de casa 

__ Pega esse zé ruela ai e leva pro micro-ondas que daqui a pouco eu vou lá fazer as honra - Ele diz pra Marcola e Fuinha levar ele que se debatia enquanto eles acertavam murros na cara dele __ E tu Rafaela, eu te avisei caralho, levando macho pra mesma cama que eu deito com você? - O sorriso de psicopata me causa arrepios 

Ele me acerta um tapa na cara me fazendo cambalear e cair de joelhos nas pedras da rua, sinto o ardor na mesma hora

__ Você é um lixo Vandal eu te odeio - Digo olhando nos seus olhos cuspindo na cara dele, vejo a fúria irradiar pelos seus olhos na mesma hora

__ Desgraçada - Ele desfere outro tapa no meu rosto me levantando pelos cabelos e me forçando andar em direção ao barracão __ Tu pediu pra morrer vagabunda

Eu dou risada daquilo, risada na cara dele, era até melhor morrer agora do que passar minha vida inteira ao lado de um merda

__ Pelo menos vou morrer feliz por ter fudido a noite toda sem ter que fingir orgasmo - Olho com nojo pra ele sentindo outro tapa me acertar a cara, passo a língua pelos dentes sentindo o gosto de sangue 

__ Marlinho leva essa piranha pra dentro do barracão me trás uma tesoura agora, que eu quero vê se essa marra dela continua - Marlinho me segura pelo braço e Adilso vem junto cada um pegando em um braço meu me arrastando

__ ME SOLTA CARALHO - Eu grito me debatendo enquanto eles me arrastavam pra dentro do barracão __ VOCÊ É UM CORNO VANDAL, NINGUÉM TE RESPEITA DE VERDADE AS PESSOAS SENTEM MEDO DE VOCÊ, MAIS RESPEITO VOCÊ NUNCA VAI TER 

Eu grito com ele louca da vida, já que é pra morrer eu jogo as verdade entalada na cara dele

__ Tu não tem moral pra fala porra nenhuma Rafaela, a piranha aqui é você, eu te dei casa comida e sustentei teus luxo por 4 anos e é assim que tu me retribui sua vadia? - Ele diz puxando meus cabelos

__ E quem disse que eu queria ser alguma coisa sua caralho, tu acabou com a minha vida quando me drogou e tirou minha virgindade naquele baile - Eu cuspo as palavras em cima dele louca de ódio __ Eu nunca senti prazer com você, me sentia obrigada fingir, pra te agradar porquê tu não era macho o suficiente nem usando a língua, teus vigia sempre fizeram o trabalho por você 

Até mesmo os cara que me segurava ficam tenso se entreolhando, Vandal fica vermelho de ódio e vejo ele puxar um canivete muito bem afiado que estava pendurado na sua chave 

__ Tu gosta desse teu rostinho né princesa? - Ele diz se aproximando com a faca mirando meu rosto, mais antes que ele possa dar mais algum passo, foguetes são lançados no ar no mesmo momento que vários tiros são ouvidos próximos, ele para no mesmo lugar __ Agora não caralho, agora não ... PORRA

Ele joga o canivete na chave de novo e caminha as pressas em direção até a porta, chamando os dois que me segurava, eles não hesitam em ir

__ Depois eu volto pra acertar as contas com você - Ele diz somente antes de sair pra fora e trancar as portas do galpão 

Eu trato de me abaixar e encostar nas portas de ferro ouvindo os tiros e os gritos cada vez mais próximo e se espalhando pelo morro.

Era hoje que eu morreria, se não pelas mãos do Vandal provavelmente por uma bala perdida.






Doce Perdição ( MORRO )Onde histórias criam vida. Descubra agora