Dragão de Prata (HIATUS)

XXXV. Formas de Castigo

Na cultivação demoníaca, o ganho de poder acontece bem mais rápido que na cultivação justa ou métodos de cultivo demoníaco restritivos. Em contrapartida, o cultivador têm a necessidade de matar todos os dias, como um viciado.

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Cr.: 不才桑 (Weibo)

Vinte e sete anos antes...

— Alteza, você não pode sair vestido dessa forma! — o eunuco Xing gritava com o jovem príncipe, abismado com a desordem presente nas vestes deste. — Deixe-me ajudá-lo!

O garoto de doze anos cujo nome era Wang Yu, ficou parado onde estava, apático, enquanto a raiva borbulhava dentro de si. Tinha tentado se vestir sozinho naquele dia, no entanto, não conseguiu dar sequer dois passos para fora do dormitório sem que fosse barrado por causa da sua desordem. Admirava o eunuco Xing por se dedicar a mantê-lo impecável, todavia, gostaria de poder fazer as coisas sozinho, de ter autonomia, de escolher que cor usaria naquela manhã.

Gostaria de ser como seu irmão mais novo. Aquele bastardo que vivia esfregando na cara do primeiro príncipe sua pretensa liberdade, indo e vindo sempre que quisesse e até poucos dias antes, ostentando o título de filho favorito da imperatriz. Quantas vezes desejou ser como ele? Vivendo despreocupadamente, sem que os eunucos o perseguissem a todo instante para arrumar o robe, as fitas, o cabelo, as pulseiras de ouro; sem receber castigos por encurvar a postura, sem passar por dias de jejum quando se recusava a comer o que o imperador impunha.

Mataria para ser como Wang Ye.

— Essas cores não combinam!  praticamente chiou, olhando as roupas do príncipe herdeiro de cima a baixo. — Vamos ter que mudar tudo.

O garoto foi guiado de volta para dentro, enquanto Xiao Xing buscava novas peças de roupas com cores vibrantes, ao contrário das cores sóbrias e pastéis escolhidas pelo menino. Foi despido com uma rapidez admirável e vestido de volta no mesmo ritmo. Estava acostumado a ser manuseado daquela forma, como se fosse um boneco na mão dos eunucos e tutores. Era uma sensação horrível, que descia de forma amarga pela garganta e oprimia o peito, fazendo-o ter vontade de gritar. Porém, se gritasse, apenas os deuses poderiam salvá-lo de um castigo.