“Eu extraio a escuridão de sua alma e a aceito” (Death Parade)
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Cr.: Albert Che, 2017 (Facebook)
Não percebeu que estava chovendo até vislumbrar um raio rasgar o céu negro, seguido por um trovão estrondoso tão agourento quanto a morte de um recém nascido. O desastre de terra batida sob seus pés se tornou lama, escorrendo floresta a dentro num rio marrom e vermelho, lavando o sangue que ali havia e tornando a terra pura de novo.
Com exceção dos pedaços de corpos pendurados nas árvores do bosque — os restos mortais dos guardas enviados para caçá-lo — a natureza expurgava os vestígios da chacina causada pelo cultivador.
Todos os moradores da Cidade Imperial estavam a par da situação, escondidos como ratos em suas respectivas habitações enquanto os soldados, sob o comando desordenado do General, dispersavam-se ao longo da extensão da cidadela para vistoriar. O Ministro de Guerra, também General do exército, não tinha tanta experiência em combate devido aos anos de paz em torno da família Imperial. Desde que o último General desapareceu, nenhum ataque ocorreu para que o substituto fosse colocado à prova até então. Portanto, o novo Ministro não sabia bem como proceder, o que favoreceu a fuga de Li Xiao e mais uma onda de assassinato em massa que causou do lado de fora, devido à má administração acerca da posição dos guardas. Os soldados foram guiados sob a hipótese de que a prisão imperial foi alvo de uma fuga grupal que deu errado e que possivelmente, não haveriam criminosos na área após horas da queda da masmorra. Por precaução, haviam soldados rondando o palácio do Imperador e seus herdeiros, todavia, com toda a comoção de vasculhar a área em busca de ameaças remanescentes, os palácios não foram verificados, então a surpresa deixada pelo cultivador no palácio das concubinas não havia descoberto por enquanto.
Os jovens soldados vistoriando as fronteiras com o bosque sofreram nas mãos impiedosas do cultivador demoníaco, que pegou cada pequeno grupo de surpresa, usando as sombras noturnas como escudo. O número de vítimas só não foi maior porque não se dispôs a continuar perto da Cidade Imperial e desceu mata à dentro no momento que a chuva atingiu o apogeu. Embora não soubesse a repercussão da destruição que causou, Li Xiao tinha plena ciência da proporção de seu poder como guerreiro e principalmente como assassino. Mesmo antes de ter os meridianos rasgados e inundados de qi escuro, surpreendia-se pelo potencial de suas habilidades e agora, sem nenhum impedimento ou amarra moral, podia ser livre como uma fera selvagem no hábitat natural. Era impossível negar a magnitude da destruição que poderia causar por onde passasse, afinal, a prova de suas capacidades estava em cada vítima mutilada, no mar de sangue sob seus pés, no gosto de carne nadando no paladar, nas famílias que jamais reencontrariam esposos, filhos ou sobrinhos, assim como em cada criança órfã e mulher viúva.
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Dragão de Prata (HIATUS)
FantastikAVISO: Hiatus desde Julho/2022 ⸽ Início: 07/01/2019. ⸽ Avisos: Gore, Homossexualidade, Linguagem imprópria, M-preg, Sexo, Violência. ⸽ Sinopse Volume I: Era apenas mais um trabalho. Outro livro fracassado entre a pilha que precisava analisar. A...