3° - Bem-vinda, não só a cidade como as novas descobertas

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Quando cheguei a Beacon Hills, eu logo encontrei um apartamento pra ficar. Eu não poderia voltar para casa por causa do Sr. X, mesmo tendo passado dias sem ter notícia de ninguém. 

Vendo o apartamento apenas com uma mobília velha e fedorenta, desejei ter aquelas caixas de papelão onde as pessoas costumam guardar suas coisas da mudança. Ser como uma pessoa normal depois de tantos anos. 

Me sentei no chão - porque era a única parte do lugar que parecia estar limpa - e fechei os olhos pensando no que tinha acontecido com Alice, em como o Sr. X estava reagindo aquilo tudo. 


Acordei e me levantei rápido no susto e acabei acertando minha testa na madeira de cima. 

— Cuidado, vai acabar se machucando.

Eu sai da cama e encarei a menina sentada na cama de cima. Ela estava de pernas cruzadas, de olhos fechados e parecia meditar. 

— Sou Alice. Se quiser saber. 

Ela parecia ter a mesma idade que eu e estava rindo da minha confusão.

— Você está bem? Acho que tenho que saber seu nome, no mínimo.

— Z...Zoe.

— Bem vinda a sua casa nova.

— Casa? Essa não é minha casa.

— Agora é. – Falou um homem entrando no quarto. Aquele sorriso estampado no rosto. — Agora é.


Forcei os olhos e voltei a abrí-los, levantei do chão e limpei a calça e saí do apartamento. Lembrar de Beacon Hills depois de tanto tempo, saber se minha família ainda estava na cidade, conhecer lugares onde eu pudesse me esconder. 

A cidadezinha parecia a mesma coisa parada e sem graça de sempre, mas mudei de ideia quando passei em frente à uma escola e vi um memorial de alunos que tinham sido mortos.

Me curvei para ver as fotos dos alunos e estrangeiros quando vi a foto de uma menina idênticaa Alice. Cabelos longos e escuros, os olhos castanhos que pareciam fofos mas que poderia te causar medo, a pele clara, o rosto bem definido.

— "Allison Argent". Argent?

— Você a conhecia?

Vocês já devem ter tomado um baita susto mas não quiseram demonstrar, certo? Eu fiz a mesma coisa na hora. Parei até de respirar.

—Não.

— Ah, você me parece ser nova aqui. Sabe? Cidade pequena, você acaba conhecendo todo mundo. Sou Lydia.

A garota tinha os cabelos ruivos e ondulados, os olhos verdes escuros. Ela estendeu a mão e eu resolvi apertá-la, só pra talvez no futuro ter mais informações sobre a tal Allison.

— Zoe. Você a conhecia?

— Sim, era minha melhor amiga.

— Tem muitos alunos sendo mortos, sabe o por quê? 

— Coisas ruins acontecem. – Ela deu de ombros.

— Lydia!? – Alguém gritou ao longe. Eu reconhecia a voz. 

— Tenho que ir. Foi bom te conhecer.

Eu continuei de costas e respirei fundo com medo de me virar, então comecei a dar meus primeiros passos de volta ao apartamento, sem olhar pra trás. Mas assim que cheguei, dei de cara com Alice. Seu rosto estava cheio de machucados e alguns deles sangravam.

— Meu Deus.

— Não envolva Ele em nossas merdas. Precisa ir embora da cidade. Pelo menos por enquanto.

— Nem eu, nem você.

— Está fingindo perder o cérebro que não tem? Eles vão nos pegar. 

— Alice! Sua família estava aqui.

— O que? 

— Você tinha uma irmã gêmea! 

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