Encontro ao Acaso - Série ao Acaso [COMPLETO]

17

Meu coração disparou em meu peito, e levantei a cabeça de supetão e acabei batendo em seu queixo. Bernardo o segurou e me olhou tentando esconder a dor. Meus olhos se arregalaram, e tampei a boca. O que tinha acabado de acontecer?

- Desculpa, meu Deus, desculpa. – pedi, tentando tocar em seus braços.

- Não foi nada – respondeu em um gemido. – Sua cabeça é bem dura, não é? Eu deveria desconfiar.

Tive que rir da sua cara, Bernardo esfregava o queixo, e eu ouvia alguns risos. Novamente lembrei de onde estávamos. O café. O café que estava cheio de pessoas que eu nunca tinha visto na vida e tinham me visto em um beijo muito apaixonado. O que eu tinha feito?

Meus pensamentos foram interrompidos por outro beijo. Seus lábios tocaram o meu de leve, quase numa carícia escondida.

- Eles não têm nada a ver com a nossa vida – seu sorriso agora estava grande. – e aposto que todos aproveitaram o show.

- Você é ridículo – respondi me afastando dele. – Mas está apaixonado por mim, então Deus sabe que deve ter algum parafuso faltando aí.

Ainda consegui ouvir sua risada enquanto fugia para a cozinha, longe dos olhos curiosos das pessoas que não conhecia, para enfrentar os olhos curiosos dos meus amigos.

- Então... – Gusta começou – Eu faço as perguntas ou outra pessoa quer tomar as rédeas?

- Acho melhor ninguém se meter. – Henrique disse e três cabeças se viraram indignadas para ele. – Tudo bem, quem eu quero enganar?

- Eu vivo cercada por fofoqueiros.

- Fala logo, Alissa – Maite implorou.

- Falar o que, querida? Vocês todos viram o que aconteceu, de camarote, eu diria.

- A gente quer saber como você se sente, Alissa – Jolene pediu, calma.

- Eu estou apaixonada, e estou feliz...

- Ela está apaixonada – Gustavo gritou e eu corri cobrir sua boca.

- Eu te odeio.

- Todos nós odiamos – Maite falou me abraçando – Eu não acredito que vocês beijaram, temos que convidar Bernardo para jantar em casa, temos que fazer um jantar e tenho que mostrar suas fotos embaraçosas, tantas coisas.

- Maite?

- Podíamos mesmo fazer um jantar, assim todos conheceríamos o Bernardo e o Lúcio. – Henrique disse, parecendo um irmão mais velho. – Todos podem segunda?

- Você vai dar folga pra todo mundo por que eu comecei a namorar?

- O Gustavo começou também – ele disse como se explicasse uma folga na segunda-feira – E não estamos vendendo tão bem na segunda, e podemos fazer o jantar aqui.

- Você e a Jolene vão assumir o romance? – Gustavo perguntou.

- O quê? – Maite gritou.

- Ok, todo mundo estava fingindo que não sabia ou só a Maite pensou em fazer isso?

- É, estava bem na cara. – minha amiga falou.

- Eu até tentei fingir, mas vocês se agarram em qualquer lugar – respondi.

- Então, a Jolene não está mesmo apaixonada por mim? Chocante.

Todos explodimos rindo de Gustavo, e voltamos para o salão.

Os clientes tinham diminuído, restavam apenas algumas mesas, e Bernardo e Lina. Arturo em um canto do salão em suas mãos estava um pacote, estava bem embrulhado em um papel pardo. Ele parecia nervoso, como se fosse fazer algo, e me senti ansiosa.