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O peso do braço de Bernardo foi a primeira coisa que eu senti, sua respiração no meu pescoço a segunda coisa. Continuei ali sentindo seu calor, e pensei na noite passada, como tudo tinha desmoronado. Senti uma lágrima cair e a afastei.

Meus dedos ficaram molhados e tentei secar na coberta que estava sobre nossos corpos.

Ele cantou para mim, nunca tinha me sentido tão cuidada a ponto de alguém cantar para mim para afastar a dor, para me tirar de um momento tão triste. Eu conversaria de novo com Maite, mas agora, eu só conseguia pensar no homem que dormia ao meu lado.

Segurei o braço de Bernardo mais próximo ao meu corpo, e o senti acordando.

- Bom dia – sua voz rouca me fez sentir partes do meu corpo que eu nem sabia que poderiam responder a uma voz.

- Bom dia... – não consegui olhar para ele – Obrigada por ontem, por ter ficado.

Um doce beijo foi plantado em minha cabeça, e me virei para encarar aqueles olhos castanhos que eu tanto amava.

- Não agradeça, agradecer parece que eu fiz por obrigação, quando eu fiz porque ficar com você é tudo que eu sei fazer.

- Então, o que eu posso fazer?

- Cozinhar para mim seria uma boa – um sorriso grande surgiu em meu rosto.

- Não sou eu que cozinho, Bernardo, é a Maite, mas tem uma padaria muito boa aqui na rua que poderíamos comer, o que acha?

- Gosto do jeito como você pensa – Bernardo fazia um carinho em meu cabelo, e eu me sentia tão bem. – Vamos levantar.

Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, puxei seu corpo para mais perto do meu, quase não dava para dividir nossas almas. Beijei seus lábios, sem me importar com minha aparência, com meu hálito, ele me olhava com adoração e eu tinha certeza que devolvia na mesma quantidade de carinho.

Bernardo era uma parte essencial da minha vida agora.

Suas mãos grudaram minha cintura, como se quisesse que nós dois nos fundíssimos, me afastei apenas para ver o meu desejo refletido em seu rosto.

Mas ainda havia uma pergunta em seu rosto: Podíamos? Podíamos fazer aquilo? Nunca tinha transado com ninguém, mas eu sabia que com ele não seria apenas transar.

Sentei na cama, colocando distância entre nossos corpos, e vi um pouco de decepção nele. Eu não tinha que pensar muito sobre com quem eu queria minha primeira vez. Seria com Bernardo.

Agarrei a barra da camisa e a puxei pela cabeça, não estava com sutiã, odiava dormir com algo me segurando, seus olhos voaram para o meu corpo. Puxei o shorts, e então fiquei apenas de calcinha.

Sabia o que ele via... meu corpo não era modesto, e ele foi sempre a única coisa da qual não tive vergonha.

- Você... – sua voz sumiu – perfeita, Alissa... Você é perfeita.

Me aproximei de novo de Bernardo, e beijei seus lábios com cuidado, com medo que aquele momento se quebrasse.

- Bernardo... Eu preciso de você.

Suas mãos me tocaram com devoção, quando suas roupas sumiram, e pude tocar cada parte sua, me senti tão completa, como se eu estivesse de volta a um lugar que sempre pertenceu a mim.

Sempre pensei muito sobre almas, sobre como elas se encontravam e se reconheciam, como cada um pertence ao outro nem que seja naquele esbarrão do destino chamado de encontro, ali tão perto da alma de Bernardo, eu realmente senti isso. Eu tinha encontrado uma alma que pertencia a minha.

Encontro ao Acaso - Série ao Acaso [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora