Princesa Do Complexo [CONCLUÍDO]

Cap. 14 | Daqui Você Não Sai

Depois de lavar minha boca várias vezes, saiu do banheiro com o olhar de quase todos do bar em mim, meu irmão olha feio pro povo e todos desviam a direção e voltam a fazer suas refeições.

Caminho até a mesa e me sento onde estava, olho pra coxinha sentindo meu estômago queimar, empurro pro lado e vejo que rapidamente Eloá pega pra ela terminar de comer.

- gulosa. - brinco e ela me olha feio depois sorri.

- em todos os sentidos. - dito isso ela olha maliciosa para Caíque que está a encarando.

Que nojo!

Logo LD atravessa a entrada do estacionamento e vem em nossa direção, ele cumprimenta todos e vai ao balcão pedindo alguma coisa que não escutei.

Ao se sentar do lado da Eloá, Caíque logo trata de entrar em um assunto que eu não entendo absolutamente nada.

- v17 vai tá invadindo o Jacarezinho hoje! - comenta.

- tô ligado, ele pediu uns aliado pra mim mano. - LD se pronuncia, seu olhar está fixo em mim e parece que não fui só eu quem percebeu.

- e tu mano, vai começar a pensar em ter uns guri quando? - soltou ele, senti meu rosto esquentar.

- ih qual foi desses papo agora tio?! - ele pergunta desconfiado.

Meu celular toca e eu me levanto olho no visor é minha mãe.

Saiu do bar/mercearia e atendo o mesmo.

- Oi mãe?!

- eai querida como você tá? Ainda passando mal? - pergunta ela.

- não mãe, já tô melhor. - digo.

- contou pro pai do bebê? - continua ela.

- não mãe, ainda não. - confesso e olho pra porta de entrada do local ele gargalha de algo que Caíque diz e me olha, desvio rapidamente e me viro de costas.

- não deixe que isso demore muito, ele merece saber. - ela suspira do outro lado da linha. - vem pro jantar? - pergunta mudando de assunto.

- sim, provavelmente. - me viro pra direção onde estavam todos e vejo que o semblante de LD está sério, ele bate na mesa e grita alguma coisa, se levanta e vem em minha direção, desligo o telefone por precaução.

- tu vem comigo! - rosna e me puxa pelo braço.

- ME SOLTA LEONARDO! - grito com medo e olho pra trás, vejo que Caíque está com semblante de arrependimento e Eloá com os olhos marejados.

No minuto seguinte ele me joga dentro de um carro e entra acelerando pra cima do morro.

Sinto minha garganta queimar, a vontade de chorar me consome e eu seguro firme, fecho os olhos e olho pra frente, não demora muito pra que ele pare o carro e saía, ele aponta pro portão de entrada da sua casa e eu nego com medo.

Ele grita alguma coisa e todos da rua olham pra dentro do carro, mas ninguém vê porque é sufilmado porém, sinto que ainda estou visível.

Ele olha pra mim sem paciência e vem em direção a porta, abre a porta e me puxa pra fora com violência.

Meu coração dispara enquanto ele me puxa pra dentro da casa, mal entro e ele me joga sobre o sofá fechando a porta com força.

- o que eu fiz? - pergunto baixo e ele me olha feio.

- vou perguntar só uma vez.. - sua mão massageia o couro cabeludo em forma de nervosismo. - tu tá grávida?

- eu.. eu.. - gaguejo e ele se aproxima de mim, me encolhi no sofá o máximo que pude. - eu tô grávida! - ele me levanta pelo pescoço.

Recordo do momento em que Caíque fez isso com a garota e me sinto mal.

- de quem é?

- é.. se-seu.. - falo com falta de respiração.

Ele mal me solta e sinto meu rosto esquentar e queimar, caiu jogada no sofá e deixo as lágrimas caírem uma a uma, copiosamente.

- você é uma vadia! - ele me levanta e me defere mais dois tapas, grito de dor quando caiu no chão e ele acerta um chute na minha barriga, que eu protejo com as mãos.

- MONSTRO! - meu grito saí feito um sussurro e ele gargalha.

- bem vinda ao meu mundo, patricinha. - diz ele se agachando ao meu lado. - daqui você não sai. - avisa, fecho os olhos e escuto quando a porta se fecha com força.

Choro baixinho encolhida no chão.