Cap. 2 | Baile P.1

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Era sábado a noite, minha mãe deu passe livre pra mim sair, até porque ela vai ao cinema com meu pai.

- então, decidiu se vai sair? - minha mãe para no batente da minha porta.

- vou sim, Eloá ta vindo me buscar a gente vai em uma festinha aqui perto. - menti, eu não sabia pra que lugar Eloá iria me levar, ela só disse que seria divertido.

- eu vou tomar um banho e esperar seu pai. - ela diz passando a mão na nuca e saindo dali.

Fechei a porta e fui em direção ao banheiro, liguei o registro e deixei a banheiro enchendo.

Enquanto isso fui procurar uma roupa legal e confortável, peguei uma calça jeans de lavagem clara, uma blusinha de alcinha com um decote em V, e salto plataforma.

Peguei a lingerie branca e levei pro banheiro, retirei as roupas e me afundei na água morna com cheiro de rosas.

Fechei os olhos e me deixei relaxar cara músculo do meu corpo.

Vinte minutos depois eu estava terminando de deixar as pontas do meu cabelo ondulados.

Passei rímel, delineador e batom vermelho, pra finalizar borrifei um pouco de perfume, me olhei no espelho.

Meu pai observava de longe enquanto eu terminava.

- minha princesa cresceu, ta uma mulher. - diz ele me arrancando um sorriso enorme.

Meu pai tem pose de durão mas é só por fora, ele é muito carinhoso e atencioso, até mais que a minha mãe.

- ah pai. - agradeci ligeiramente corada.

- vai sair com quem? - pergunta ele cruzando os braços.

- com a Eloá, vamos a uma festinha. - naquele momento eu acreditei na minha própria mentira.

- não volte tarde ãm. - disse-me e abriu os braços como quem pede abraço, caminhei até ele e me afundei ali.

- eu te amo pai. - falei.

- eu te amo princesa. - ele retribuiu.

(...)

- então Eloá, onde vamos? - perguntei assim que entrei no carro.

- ah então, partiu Rocinha. - diz ela animada ligando o rádio.

- o morro? Eloá por Deus lá é perigoso...

- cala a boca e bebe. - ela manda me entregando uma garrafinha de vodca ice sabor limão.

Abri a garrafinha e tomei uma golada.

- puta que pariu. - falei sentindo a ardência na minha garganta e ela gargalhou.

Enquanto íamos rumo ao perigo deixei a bebida me controlar, o carro para.

Ela abaixa o vidro.

- ai patricinha, tudo firmeza? - perguntou o cara.

- suave muleque, libera a entrada ai cuzao. - arregalei os olhos.

- só vai morena. - ele fez sinal pra dar espaço e ela acelerou, estamos oficialmente na favela.

- você fala igual nóia. - brinquei ela gargalhou.

- qual foi parça, me respeita. - disse ela e eu ri.

- é sério que você me trouxe pra cá? - perguntei me ajeitando no banco.

- qual o problema, é muito mais interessante que baile de rico, vai por mim se você não gostar a gente não volta. - diz ela, concordei.

Ela estacionou em frente a uma quadra extremamente barulhenta.

- aqui começa a festa, não se separe de mim. - diz Eloá.

Abri a porta do carro e desci ela saiu também e tentamos adentrar a quadra, que estava muito lotada.

Eu cogitei a ideia de desistir várias vezes em meio ao empurra das pessoas.

Enfim conseguimos entrar, Eloá sorria abertamente ensino cumprimentar várias pessoas.

- vamos lá pra cima. - ela apontou pra onde estava escrito VIP.

- sério? - perguntei surpresa.

- deixa com a mamãe aqui. - ela pisca e sorri, abaixa um pouco o vestido deixando os seios mais a mostra.

Olhei incrédula enquanto ela caminhava até os seguranças.

- qual foi princesa? - o segurança não desviou o olhar do decote dela minuto algum.

- deixa nois subir ai parça. - diz ela com girias.

- sobe lá. - ele diz abobalhado, sem perder tempo ela me puxa escada acima gargalhando.

- esses homens são uns otários. - comenta enquanto subimos.

Princesa Do Complexo [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora