Cap. 26.2 | Dias Depois

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Maria Eduarda

Saiu da loja com tudo comprado, neste momento estou usando um vestido florido, minha barriga está arredondada e começando a pesar.

Observo os dois lados da rua antes de atravessar, meus olhos alcançam um homem de longe, ele está um pouco distante e não consigo ver certo quem é, mas me parece um pouco familiar.

Chego até o restaurante e adentro o local, ainda com a sensação de estar sendo seguida, passo a mão na minha barriga, não posso ficar nervosa que o Bê começa a ficar agitado.

- bom dia, o que vai ser? - o garçom pergunta e eu o olho.

- macarronada com queijo e molho branco, acompanhado de frango grelhado e um suco de laranja com gelo e açúcar. - digo entregando o cardápio a ele que sai rapidamente.

Pego meu celular, novas mensagens.

[Laiza]: onde você está? Vim no seu apê e o homem falou que você não tava.

[Duda]: tô aqui perto da praia, vim comprar as coisas pro enxoval do Bê.

[Laiza]: tô indo aí, manda a localização.

[Duda]: LOCALIZAÇÃO 📌

Ela vizualiza e não responde, meu prato chega e com ele vem um número de telefone.

- meu amigo ali do lado pediu pra que te entregasse, e essa sobremesa é por conta dele. Bom apetite. - ele aponta pra um rapaz bem vestido, ele usa blusa polo, sua barba está rala dando um ar mais velho a ele, aposto que ele tá na casa dos 23 anos, no máximo.

Aprecio a minha comida com calma, logo Laiza se senta e começamos a conversar alegres sobre meu filhote como será daqui pra frente, Laiza apesar de ter a mente desorganizada e adorar uma bagunça é uma amiga fiel, tem se mostrado muito presente, até mesmo mais que qualquer outra delas.

- seu irmão vai fazer uma resenha na casa dele na Rocinha, disse que a Suzana vai voltar pro Rio.

- quem é Suzana?

- a "mulher" dele, ela é filha de um médico muito bom, e ele a mandou pra BH pra estudar e se formar, quando ela tava aqui com a gente ela vivia no baile, igual eu. - ela chama o garçom e pede um suco. - ela curte a ideia de ser "mulher de bandido", mas se o pai dela descobre seu irmão é um cara morto. - afirma.

- meu irmão sabe o que faz. - pisco e olho pra trás dela, o rapaz ainda está lá, ao encontrar meu olhar ele sorri, que sorriso, Laiza olha discretamente e sorri de lado pra mim negando.

- troca de olhares dentro de um restaurante, que clichê. - diz ela com graça.

- ele me deu o número de telefone, vou chamar. - digo balançando o papel entre os dedos.

- rápida no gatilho, ensinei certinho. - ela pisca e eu sorriu.

Termino de comer e me levanto indo pagar a conta.

Passo o cartão e saímos dali.

- pra onde você agora? - pergunta Laiza ao meu lado.

- vamo lá no apê, vou fazer alguma coisa pra gente comer enquanto assistimos uma série. - sugiro.

- credo menina, não vai demorar pra você parecer uma pata choca. - ela gargalha e eu a acompanho.


Princesa Do Complexo [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora