Van e Torneio

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No outro dia nos comportamos como se não houvesse acontecido nada, ou quase, sentei-me longe dele na van. Ao ir para a escola, nos ficamos um pouco distantes, durante as aulas também. Durante a aula esgrima ele parecia angustiado, ansiosos e até um pouco nervoso, mas não fez nada de relevante, além de lutar perfeitamente.

Na volta entrei na van com esperança de não vê-lo, mas o encontro era inadiável. Virei o rosto para baixo para não o olhar, mas este ato foi em vão, pois o único momento que olhei para frente ele também olhou, de um modo tão apaixonante que fiquei vermelha, envergonhada e ao mesmo tempo feliz.

Sentei-me no último banco da última fileira para não correr o risco de sentar ao lado dele e causar uma situação constrangedora. Isso também foi em vão às pessoas perceberam a troca de olhares entre nos mesmo que tenha sido por poucos segundos. A menina que estava ao meu lado se retirou e foi para outro lugar. Nas 3 próximas paradas subiram muitos passageiros e ele "teve" que vir ao fundo e sentou ao meu lado. O meu corpo estremeceu só por estar do meu lado, ele segurou a minha mão firmemente, mas com carrinho, chegou perto do meu rosto, e encostou lentamente a face dele com a minha e sussurrou detalhadamente. "Estou aqui junto de ti e nada vai estragar este momento".

Duas parada depois de estarmos um ao lado do outro, só havia 4 pessoas na van. Eu, ele, o motorista e um passageiro no banco da frente. Nós éramos os últimos a sair da van. Ao sair o ultimo passageiro ele olhou no fundo dos meus olhos e me deu um beijo no canto da boca e repetindo o mesmo gesto de antes, me disse que chegara a hora.

Ele chegou perto de mim, seus lábios macios como seda tocavam me tão delicado, sua boca chegou devagar, a pouco centímetros da minha e falou baixo quase sem som "te amo" e me beijou como nunca me beijaram, os seus beijo me tomava por completa, sua boca envolvia a minha por completo, sua mão me segura e me apertava contra ele, nada podia descrever aquele momento. Cada segundo parecia minutos, de repente sua boca deixou a minha e foi de encontro com o meu pescoço que ele deixara nu ao me abraçar.

Sua boca foi passando por todo o pescoço quase o tocando, até chegar à nuca. Ao chegar ao destino pos o seu lábio inferior no começo das minhas costas e foi subindo com seus lábios de seda semi-encostados em minha pele, deixando o meu corpo inteiro arrepiando em um estado delirante. Depois sua boca veio novamente de encontro a minha, perdemos a noção de tempo, já que o motorista teve que buzinar até a gente prestar atenção nele. Despedi-me e fui para casa.

Noutro dia ele pediu desculpas, me disse que não deveria ter feito o que fez e que estava arrependido. Eu não sabia se ele estava arrependido de ter me beijado ou de ter precipitado as coisas, mas eu estava com medo de perguntar. Eu apenas acenei com a cabeça e ele, meio desolado, me pediu licença e perdão. Eu não podia fazer nada, não consegui dizer uma palavra se quer, o deixei ir como se tudo não tivesse passado de uma ilusão.

O torneio de esgrima seria na quinta-feira, ou seja, no dia seguinte, então eu deveria treinar o máximo possível e depois descansar para não perder o foco. Como era um dia antes do torneio a escola fechou para o treinamento e para arrumar os enfeites. Havia 53 alunos de esgrima e uma aluna, como a escola tinha aulas em todos os períodos, tinham alunos dos cursos de outros horários, por tanto a chance de enfrentar o Gust, Marco ou Gabe era de 1,8% cada. Para enfrentar os três as chances eram ainda menores, mas o que me preocupava era que estas estatísticas só funcionavam para o início do torneio, sendo nós quatro os melhores esgrimistas de manhã, durante as finais podíamos nos encontrar facilmente.

Eu havia dividido o meu dia em cinco partes entre descanso e treinos. No dia seguinte meu plano tinha dado certo, eu havia treinado e estava disposta. Eu estava na prova com o sabre, à espada era um pouco pesada para mim e já que o sabre pode usá-lo por inteiro, se assemelhava melhor a uma katana. O florete pode atingir apenas o tronco e com a ponta. A espada pode atingir em todo o corpo, também com a ponta, mas ela é mais dura e pesada. O sabre pode atingir da cintura acima, é o mais flexível de todos e pode se usar o corte ou a ponta.

Minha primeira luta foi contra um aluno do segundo ano, portanto um ano mais novo, não foi tão difícil à luta contra ele, seu nome era Gabriel, não era um bom esgrimista. Senti-me mal por ter ganhado facilmente dele, se revelasse meu segredo ele ficaria pior por ter perdido? Mas se isso acontecesse ele seria um pouco machista, mereceria ser vencido por uma mulher. Minha segunda luta foi igual à primeira, fiquei desapontada com o Sr. Hope, ele havia me posto só contra os mais fracos.

Os garotos também estavam ganhando facilmente, sendo os melhores do terceiro ano era uma obrigação ganhar dos mais novos, seria uma vergonha para eles perder para os pirralhos, como costumavam os chamar. A primeira fase do torneio durou mais que o previsto, a primeira fase seria das nove da manhã até o meio dia, para pausa do almoço, depois das duas da tarde até as quatro. Tivemos um atraso e o torneio não pode ser acabado no horário estipulado, tendo então que estender o torneio por mais um dia.

No final do dia, por volta de oito horas, o torneio estava quase nas semifinais, faltavam somente dez lutas, ou trinta assaltos. Eu havia ganhado todas, algumas foram complicadas, outras fáceis, dentre as lutas que faltavam estava a minha, felizmente eu era a última, tinha a chance de ver todos lutando. Cada participante tinha só uma chance se perdesse sairia do torneio.

No dia seguinte havia chegado as semifinais, eram quatorze integrantes tendo sete lutas. Minha primeira luta na semifinal foi contra um do terceiro ano, então deveria tomar mais cuidado, ele poderia se lembrar de meus movimentos nas aulas, portanto eu usei uma sequência que havia treinado apenas em casa. Ao iniciar a luta dei dois passos à frente, parei e direcionei a ponta do sabre ao seu peitoral e parei.

Ele confuso me atacou, desviei com um giro e golpeei as costas dele com o corte. Nos separaram, havia esquecido da corda de estava presa em mim e lógico que eu havia me enrolando nela ao girar. Não podendo usá-lo novamente. Segundo golpe foi com a ponta, eu fui a direção a ele e me abaixei desviando de um golpe do alto e o acertei. E assim que levei a luta, desviando e atacando em cada brecha encontrada. Os quatro últimos à lutar foram: eu contra o Gabe e Marco contra Gust

Caçadora de AsasOnde histórias criam vida. Descubra agora