Passei uma semana seguindo os Foices Negra sem ser notada, Marco passou doente essa semana, parecia estar com virose. Copiava a matéria para ele e ia cuidar dele nas tardes depois das aulas. Eu precisava de alguma brecha para separá-los e se possível enganá-los para que se matassem.
– Mei posso falar com você - perguntou em tom preocupado - antes de você ir ver Marco?
– Claro, Ana - respondi animada juntando o material - onde você quer conversar?
Ela simplesmente se virou e eu a segui até a sala dos representantes, como ela fazia parte do comitê podia usar fora dos horários escolares, ela estava com olhar preocupado e aéreo.
– O que você tem a me dizer?
– Sei o que você está fazendo e acho que não está certo.
– Fazendo o que? - perguntei cinicamente.
– Não se faça de tonta - respondeu nervosa - está observando aqueles estranhos, acha que eu não sei que eles são akumas e que você teve alguma coisa a ver com a morte de Lucien.
– E daí? - não me incomodava as perguntas, tudo que ela sabia foi dito por mim.
– Você está obcecada! Está se tornando como eles! - Ana estava exaltada e muito nervosa.
– Você já pensou em por que existem herois? - respondia tranquilamente, tinha certeza do que falava. Ana negou incrédula - Para salvar aqueles que não podem se defender.
– E você é uma? A defensora dos incapazes?
– Você já parou para pensar se uma pessoa tem habilidades e força para impedir o mal de prosseguir, por que não faz?
– Não, não sei Mei, mas o que importa isso?
– Tudo, eles não o faz por serem covardes, por não quererem mudar. Não há motivos para sair da zona de conforto.
– Não fazem por que há policiais que são direcionados a isso.
– E para os akumas - bati a mão na mesa, eu havia perdido a calma - quem pode os proteger? Ninguém perto de mim morreu, mas eu não vou deixar isso acontecer.
– Matar os possíveis criminosos não é ser um pouco severa? Você quer ser um deles?
– Não estou sendo severa, só não quero que outra criança igual a Dan fique sem sua família por causa de cede de poder - sentia algumas lágrimas no rosto - ninguém merece isso.
– Matar não é a solução, impeça os crimes não mate os criminosos - respondeu Ana serena - ele também tem família.
Eu já havia desabado nestas frases, Ana estava certa matar não é correto, eu estava querendo eliminá-los por meus ideais e eles matam pelos deles. Eu havia me tornado uma assassina, um da mesma estirpe* que eles, que eu odiava. Chorei por um tempo até me acalmar, não podia matar os FN por serem assim, devia tentar persuadi-los e não destruí-los.
Quando me acalmei fiz uma carta para Thiago, pedindo desculpa por ter feito a última carta e esclarecendo os fatos que inventei e mostrando os que constatei. Coloquei no armário dele como nos outros dias e me direcionei a casa do Marco.
– Oi anjo, você está bem? - Marco estava um pouco abatido, talvez anêmico - Parece um pouco abatida.
– Estou sim - forcei um sorriso que tentava ser sincero - e você melhorou?
– Isso depende - Marco me deu um sorriso malicioso.
– Depende do que?
– Se eu estiver melhor você continua cuidando de mim?
– Cuido sim bobinho -só ele conseguiu retirar um sorriso - mas então está melhor?
– Acho que não - disse se inclinando para deitar na cama - estou sentindo falta de ar. Será que você pode fazer respiração boca a boca?
– Se está falando ainda da tempo para ligar a um enfermeiro, que tal?
– Não, eu to sem ar - sorriu novamente e eu não resisti ao pedido.
Passei o restante da tarde na casa dele, cuidando, verificando a temperatura e fazendo respirações boca a boca, se fosse real Marco teria asma de tanto que sentia falta de ar.
– Boa noite Marco - disse uma voz grave na entrada - vou fazer a janta o que quer? Temos... Boa noite Mei - se interrompeu - como está este paciente mimado hoje?
– Boa noite sr. Lich, está manhoso injeção é uma boa - respondi rindo.
– Claro porque não me dar injeção - resmungou Marco - estou muito doente, 'cof cof.
– Hoje você será minha convidada de honra não aceito recusa ao meu convite para o jantar.
– Sim senhor, só vou avisar meu irmão.
– Claro, tenho que comunicar algo à vocês.
Liguei para John e a única coisa que me disse foi para chegar em casa até às 23 horas e para não estar casada neste meio tempo, sempre alegre. Ajudei o pai de Marco a arrumar a mesa e por a janta, no meio do jantar veio o pronunciamento.
– Crianças - Marco o encarou com repreendimento - Pessoas, ainda são crianças para mim tá? Bom, eu vou me mudar para Oceânia por causa da empresa em que trabalho, mas Marco vai ficar.
– Sério? - perguntou eufórico.
– Sim e sua tia vem ficar com você, mas do que justo você recebê-la aos pulos.
– Claro, amo minha tia, ela cuidou de mim quando nasci. Mas não queria que você fosse embora, gosto de você me atormentado.
– Também sentirei sua falta - o sr. Lich estava quase chorando - e sua também Mei, uma menina tão boa e carinhosa, sentirei sua falta.
Terminamos o jantar e me despedi do pai do Marco, não o veria mais. Fui para casa no horário limite, Jonathan não se incomodaria se eu chegasse um pouco atrasada. Cheguei em casa e o portão estava amassado, entrei querendo saber o ocorrido.
Na sala tudo estava quebrado, no corredor John estava amarrado com cortes pelo corpo, estava sem camisa, vendado, de costas e no chão. Em suas costas estava cravado à sangue as letras FN, eu fui descoberta e John pagou a conta por mim. Eu havia prometido a Ana que não me meteria mais com eles, mas esta promessa eu não me arrependeria de quebrar.
Cuidei de Jonathan que estava desacordado, liguei para a polícia e fiz um B.O., se Ana queria que seguisse a lei eu fiz, mas os culpados seriam marcados com minha lâmina.
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Caçadora de Asas
FantasíaEm nosso mundo há seres que não são exatamente como nós, existem seres alados que possuem sua própria política de convivência, o melhor sempre vencerá. Nós podemos vê-los como anjos, mas são melhor comparados à akumas(demônios) que matam a si própri...