Acordei no outro dia con John batendo em minha porta pedindo para que eu acordasse. Já eram 15 horas, eu havia dormido por volta de 2 horas quando já tinha cansado de chorar e de tentar me fazer parar de chorar, deitei e deixei tudo de lado.
- Mei, vou para a casa da mamãe, quer vir junto? - perguntou John ainda na porta esperando algum sinal meu.
- Vou sim, só espere um pouco - me arrumei e o chamei, que ainda estava na porta esperando - vamos, já estou pronta.
Meus pensamentos estavam vazios, desde a noite que se passou, eu não podia sentir remorso, não naquele momento. Continuei seguindo John até o carro e fui para a casa da minha mãe/tia, que continuei a chamar de mãe, ela que cuidou de mim não a outra.
- Bom tarde Mei e John, como estão? - falou com um enorme sorriso, era minha mãe Helena - Por que está tão abatida?
- Bom dia mãe! - respondeu John entrando e eu atrás.
- Bom dia mãe - respondi forçando um sorriso para não preocupá-la - estou bem, só distraída. Cadê o papai e Leandro?
- Leandro no vídeo game, como sempre e Guilherme está com Dan o ensinando a usar suas asas - respondeu mamãe contente.
- Posso ir vê-los? - perguntei com um sorriso nascendo em meu rosto, sempre gostei de pensar como descobri quem eu era, sempre feliz - Se não for atrapalhar claro.
- Sobe lá, estão no seu antigo quarto, pensei que você não se importaria de dar ele para o Dan.
- Nem um pouco - respondi subindo as escadas correndo, como quando era menor - Pai - bati na porta e a abri - posso participar deste momento?
Ele se levandou com Dan já em pé me olhando e ambos vieram me abraçar. Fiquei observando os dois se entendendo, Dan olhando para as asas e as mechendo, ele sorria contente quando conseguia dobrá-las em sincronia e abri-las novamente. E assim se seguiu por um bom tempo, eu encostada na porta olhando para os dois, papai fazendo gestos que me lembrava bem, ele fazia o que podia para interpretar as asas que não tinha para me mostrar como fazer.
- Mei - falou ele, me levando de volta para o momento - você poderia mostrar para ele como que se faz, meu amigo ainda tem aquele barracão, acho que assim ele entenderá melhor.
Eu afirmei com a cabeça e me direcionei de Dan, tão pequeno, loiro com asas totalmente negras, mas para ele isso não será sinal de um futuro sombrio, eu não deixaria que isso acontecesse. Peguei o pequeno no colo e despedi de Leandro que estava no quarto e de John com Helena na cozinha.
- Pode deixar que explico o que descobrimos sobre o guia para mamãe. - falou John enquanto eu saia, revelando o motivo da visita - Bom passeio!
Chegando no barracão retirei meu casaco, ficando somente com uma regata e retirei meu protetor, fazendo com que minhas asas crescessem e tomando forma. Dan não estava com seu protetor, apenas com uma jaqueta, suas asas ainda eram pequenas e sendo uma criança podia ficar com elas a mostra se passando por fantasia.
- Nossa! - exclamou Guilherme chegando para trás olhando as minhas asas - Então suas asas estão deste tamanho?!?! Mas elas não eram mais escuras?
Eu olhei para elas, estavam maiores e mais claras desdo dia em que Ana veio a minha casa que eu não as mostrava, estava um pouco ocupada tentando matar alguém.
- Uma longa história, mas não tinha percebido isso - falei me acostumando com a ideia de voar novamente - vamos falar disso outra hora. Dan venha cá eu vou te mostrar uma coisa.
O pequeno me olhava e olhava minhas asas com admiração e me abraçou novamente.
- Mama - ele exclamou me segurando.
- Primeira vez que ele fala, qualquer coisa que perguntávamos ele só acenava com a cabeça ou sorria, sem palavras - observou meu pai sorrindo, mas logo sua expressão sumiu quando viu algumas lágrimas em meu rosto.
- Dan - disse abaixando e limpando as lágrimas - eu não sou sua mãe, mas pode me chamar de Mei, ok?
Ele afirmou e se soltou um pouco triste, eu talvez o lembrasse de sua mãe, mas não podia ocupar este lugar, não depois de ter abandonado a família dele naquele beco.
- Vou te ensinar a voar que tal? - perguntei o alegrando novamente - Eu te seguro e você me observa como é voar está bem?
O peguei no colo, segurando suas costas e comecei a mecher minhas asas, havia muito tempo que não fazia isso, mas é inesquecível a maravilhosa sensação de fazê-la. Consegui me estabilizar rápido, voando naquele pequeno barracão.
- Boa Mei - meu pai gritou no chão - eu te ensinei direitinho.
Naquele lugar que eu havia aprendido a voar, mas apena com Guilherme me dizendo o que fazer e ainda escondido por que Helena não gostava da ideia de me ver caida no chão depois de tentar e não conseguir voar. Contudo Dan era mais novo que eu na época, então voar é algo natural a ele ou talvez por ser meio akuma tudo se torna mais fácil.
- Vamos para casa? - perguntou me olhando, eu estava segurando o pequeno no colo e pondo seu bracelete - Está tarde e logo faremos um jantar, por que não chama seu namorado, o Marco?
Eu havia deixado o celular em casa, não havia falado com Marco desdo dia anterior, minha cabeça estava novamente a pensar em tudo, voltando a realidade. Pedi o celular do meu pai emprestado e liguei para Marco expliquei que estava na casa dos meus pais e o convidei, mas ele disse que amanhã conversávamos ou mais tarde e assim fiz.
No final do dia despedi de todos e deixei uma pena em casa, nesta tinha todas as tonalidades de minha asa, negra em cima e vinho em baixo. Pedi para que guardassem como sempre fizeram quando pequena, em um pote com um líquido diferente dentro do armário. Chegando em casa e vi Marco na porta dentro de seu carro.
- Aconteceu alguma coisa? - perguntou ele quando entrei no carro para cumprimentar.
- Não, nada - apesar da palavas eu não me sentia assim, estava arrasada.
Marco simplesmente me abraçou, foi a gota para que eu começasse a chorar. Não consegui me conter, o passado me assombrava e eu me tornava um menina indefesa que só podia chora, novamente.
- Quer desabafar? - perguntou suave e eu neguei sem palavras - Não me importo, então, quando quiser estarei aqui. Mas deixe as lágrimas virem, assim elas levam seu problemas juntos. Eu estarei aqui para não deixá-los voltar - chorei mais nesta parte, ele não podia me proteger, e eu não podia parar de chorar.
-*-*-*-*-*-*-*-*-*-*-Oie, estou aqui para perguntar qual capa é melhor... a que está ou a deste capítulo? Beijos até o próximo :3

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Caçadora de Asas
FantasiaEm nosso mundo há seres que não são exatamente como nós, existem seres alados que possuem sua própria política de convivência, o melhor sempre vencerá. Nós podemos vê-los como anjos, mas são melhor comparados à akumas(demônios) que matam a si própri...