『27』

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P. O. V. Off

  Confesso que fiquei um pouco chateado pelo fato de Gun ceder seu lugar no carro para aquela garota que eu nem me lembro o nome.
Podia parecer algo bobo, mas eu o conhecia há anos e sabia que ele tinha essa mania de se autossabotar aos poucos, ele ia cedendo, deixaria ela sentar ao meu lado, deixaria eu me aproximar de outra pessoa que tinha algum interesse romântico ou sexual em mim e depois começaria a se sentir insuficiente e até um pouco paranóico sobre isso.
Nós estávamos juntos, nem ao menos namoravamos ainda e eu não queria que ele se sentisse assim, ja vi ele fazer isso em outros relacionamentos que teve e sabia o quanto era ruim ver ele triste sendo que sempre foi uma pessoa incrível e maravilhosa, eu não queria ser o causador disso tudo.
  A última coisa que eu queria era ve-lo mal. O sorriso dele é a coisa mais linda e eu queria ser o motivo dele sorrir cada vez mais, então eu faria o que estivesse ao meu alcance para isso.
Eu queria muito que a gente namorasse oficialmente, mas não sabia como fazer o pedido. Ja tinha pensado em várias formas, mas não consegui decidir e para mim era algo importante então não queria que fosse de qualquer jeito.
Eu sabia que nosso relacionamento não seria perfeito, nenhum era, mas eu queria que fosse o melhor possível e moveria montanhas para isso se fosse possível.

Acordei no dia seguinte e Gun já não estava mais lá, tinhamos muito trabalho individual e os trabalhos como casal estavam diminuindo, o tempo que passamos juntos estava cada vez menor e devo admitir que isso me preocupava bastante, mas já tinha algo em mente para esse pequeno problema e logo o resolveria.
Eu gostava de trabalhar com meu pitico e iria fazer o máximo para que pudessemos passar o maior tempo possível juntos.
Tomei um banho, vesti uma roupa mais fresca porque o dia estava consideravelmente quente, dei uma olhada em meu aplicativo de mensagens e vi a mensagem que havia recebido. A que tanto esperava. Sem pensar muito peguei as chaves e a carteira e fui para a empresa decidido a ter uma conversa com o presidente da GMM. Bom na verdade outra conversa, a primeira foi um pouco antes de ir viajar à trabalho.
Estou ansioso, não sei o que me espera.

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Uma hora.

Esse foi o tempo que fiquei na sala do presidente lendo vários papéis até chegarmos em um acordo. Saí de lá completamente eufórico, procurando Gun para lhe dar a notícia.
Quando o encontrei minha alegria diminuiu, Gun estava sentado em um sofá, a garota da outra noite, Sam estava sentada entre suas pernas, suas mãos em volta da cintura dela e eles riam de algo que viam no celular e por um momento juro que vi um olhar apaixonado em seu rosto.
Aquela cena mexeu verdadeiramente comigo e então mudei de ideia quanto a falar com ele, talvez seja melhor não atrapalhar, fui à uma cafeteria do outro lado da rua, sentei na área externa e pedi um café forte sem açúcar. Não costumava tomar assim mas meu estômago estava revirado e eu não conseguiria colocar outra coisa na boca.
Extremamente entediado eu resolvi mandar uma mensagem para ele perguntando a que horas iria sair e se precisava de carona, já que não gostava de dirigir. Foi inevitável não sentir um incômodo quando a resposta chegou.

Gun : Papi, eu já terminei por aqui, mas vou sair com Sam para ajuda - la com algo e quando terminar eu vou ao seu apartamento okay?

Tentei não ficar pensando muito nisso e me concentrei em meu café.
Em algum momento levantei a cabeça e vi Gun com a mesma garota indo até o ponto de taxi de mãos dadas e sorrindo um para o outro e aí foi o meu limite.
O ciúmes que senti foi maior do que qualquer pensamento e então esperei eles entrarem no taxi e fui embora, a felicidade que eu tinha mais cedo havia se dissipado, dando lugar a uma insegurança que eu nem sabia que sentia.
Gun não me procurou pelo resto daquele dia e a metade do dia seguinte, o que me deixou ainda mais preocupado, sempre estávamos juntos ou trocando mensagens e ele não havia me mandado nenhuma até então.
Passei o dia tentando me ocupar com alguns documentos e até mesmo séries e filmes, mas quando começou a anoitecer foi inevitável não me preocupar, Gun não havia respondido nenhuma das minhas mensagens e nem dado sinal de vida por mais de 24 horas e isso estava me matando por dentro.
Resolvi tentar ligar mais uma vez e caso não conseguisse iria atrás dele.
Assim que peguei meu celular ele tocou revelando uma chamada, mas não era de quem eu estava esperando.

My Baby Honey ♢ OffGunOnde histórias criam vida. Descubra agora