Capítulo 59 : Fora Da Ciência De One VII.

24 0 0
                                    

(Esse capítulo é escrito a partir dos olhos de Eva.)

Me arrastei até One, me surpreendi ao encontrar seu corpo sem vida, olhei para Vranz, a qual estava sem feição alguma, apenas olhando para o corpo de One.

Vranz : Bom... vencemos, vamos para casa, temos muito o que fazer.
Eva : Vranz...

Vranz me pegou pelo braço e me puxou.

Vranz : Vamos logo, vamos, vamos, não vejo a hora de comer aquelas frutinhas que tanto gosto.
Eva : Vranz...
Vranz : Vamos, Zero, se irmos agora eu deixo você pilotar a nav----
Eva : VRANZ!

Vranz parou de puxar meu braço, eu entendia exatamente o que ela estava tentando fazer, a puxei para perto de mim, a abracei e disse :

Eva : Pobre criança, não precisa ser forte, não mais.

Vranz se entregou, senti meu ombro molhando e seu corpo tremendo, e com suas últimas forças, disse :

Vranz : Ele... ele me prometeu...
Eva : Shhhhhh... eu sei, seu sei...

Pobre criança, seu choro ecoava por todo o horizonte, em segundos meu uniforme ficou encharcado, sentia seu corpo tremer e seu coração acelerar, era um sofrimento tão gigantesco que fez seu corpo entrar em conflito, peguei em suas mãos, estavam tão moles, não havia mais forças nela, nunca em minha vida presenciei um ser naquela situação, aquilo era pior que qualquer doença. Vranz com muito dificuldade levantou seu braço tremulo, encostou sua mão sobre meu ombro e afastou alguns centímetros seu corpo do meu, olhou em meus olhos com uma feição que sequer consigo descrever, e quase sem voz me disse :

Vranz : Zero... por favor... me mate.

Fiz parte da equipe de batalha de Vranz durante a maior parte de minha vida, ela de longe foi o ser mais forte que já conheci, não pude acreditar que algum dia ela estaria me pedindo algo assim. Repentinamente senti algo estranho em meu peito, algo que jamais senti antes, algo sufocante e doloroso, não demorou muito para um líquido escorrer de meus olhos. Justo eu, um ser sem sentimento, que jamais havia sentido qualquer coisa que não fosse insignificante, estava ali, chorando junto à Vranz.

Vranz parou de chorar e olhou para mim com uma feição de espanto, atrás de mim pude ouvir nosso grito de honra, direcionei meus olhos para o céu e vi todo o exército se curvando, mas curvando diante a que? Logo olhei para minhas mãos, eu estava sendo coberta por uma aura, uma aura gigantesca, a qual tudo o que tocava, dava-se a vida. Eu acabará de me tornar o que Zeyfor buscava.

Então pude compreender : Zeyfor e One não tinham conseguido chegar à isso, pois seus sentimentos eram próprios, sentimentos de dor e sofrimento, algo que só traria caos e destruição, me foi concedido pois cheguei a ele através de sentimentos de outro alguém, pelos sentimentos de Vranz.

Através de compaixão, me tornei um ser divino.

Project : One.Onde histórias criam vida. Descubra agora