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Oleg Petrovich
Culpa, incapacidade, revolta esses e outros tantos sentimentos que voltaram a me assombrar, desde o sequestro de Liv e Helena.
Yury queria me abalar e conseguiu, ele me manda audios com choro e pedidos de socorro de Liv, e isso me trouxe lembranças tão ruins que nem sei como explicar as pessoas a minha falta de reação.
Ninguém sabe o quanto os pedidos de socorro daquelas meninas e meninos, me matavam por dentro, me sentia um lixo de pessoa por ser covarde demais para libertá-las. Por muitas vezes eu quem as transportava, o dia em que conheci Riley foi uma delas. Seus gritos, choros e clamores irão me atormentar até o fim dos meus dias, porque sei que não existe nada nesse mundo que possa fazer para me redimir com eles. Não existe salvação para mim, por que não existiu uma para eles eu era sua única chance, mas tive medo e nada fiz.
Por isso me odeio por não impedir que Yury levasse Liv, pior ainda, minha doce e indefesa Helena a quem me afeiçoei tanto quanto a sua mãe.
Mas preciso reagir, não quero e nem posso ficar aqui parado esperando ele dar o próximo passo, pedi que Nikolai fosse a procura do homem que sobreviveu as torturas de Yury, ele pode nos ajudar, qualquer informação será mais que nós temos que é praticamente nada, já foi difícil conseguir o nome imagina o resto.
Meu celular toca e me apresso em atender.
- Encontrou?
- Educação mandou lembranças.
- Fala logo Niko, não tenho tempo para brincadeiras.
- Encontrei, mas não tenho boas notícias.
- Oh meu Deus, ele não está morto, está?
- Não, mas está em coma devido a complicações em uma cirurgia de emergência. Yury o deixou morto em vida, sobreviver e passar o resto de seus dias de hospital em hospital para não ser rastreado, não é nada fácil.
- Com certeza não é. Ele tem parentes?
- Tem, dois filhos e uma irmã, Yury assassinou a esposa na diante dele, não foi fácil conseguir com que a irmã me contasse, mas quando disse que vamos acabar com o infeliz ela contou tudo. O problema é que só ele tem a descrição física, e tão cedo não vai acordar.
- Espero que ele vá contra as expectativas e melhore logo. - Ele emite um som de confirmação. - Onde você está agora?
- Portland, volto para Londres hoje a noite, ou quer que eu fique?
- Fique, mas tome cuidado não podemos esquecer que seu pai está te procurando.
- Tinha que me lembrar, não é. Vou me cuidar, ficarei mais dois dias, se nada acontecer vou embora.
