Capítulo XIII - O convite

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Não havia outra opção senão seguir de onde havia vindo a voz. Ao identificar Rhaysen e Dalienne em seus cavalos, levou os olhos para o alvo de suas espadas: um homem que havia erguido as mãos em rendição e que se afastava de uma mulher assustada. Suas roupas estavam abarrotadas, como se.... Não. Ele estava agarrando a mulher, aproveitando-se que ali era um lugar mais afastado da multidão. Aos pés dela havia um cesto virado com maçãs espalhadas pelo chão.

— Guardas, levem o indivíduo a meu pai. Conte-lhe a respeito disso. — Embainhou sua espada. — Minha ordem é que mantenham-no nas masmorras. Irei fazer-lhe uma visitinha mais tarde.

Dalienne observava os guardas se afastarem.

— Você sabe que o Senhor nosso pai não fará nada a ele, né? — disse ela e percebeu pelo canto do olhar a presença de Dom e Selena. — Olá. Podemos lhes ajudar?

Só então que Selena deu por si de quem ambos tentavam se esconder atrás de um poste. E não tinha dado muito certo.

Se aproximaram dos jovens duques, sem saber que reação expressar.

— Estamos procurando o caminho de volta para a Rua Principal — disse Dom.

Rhaysen havia desmontado de seu cabardino negro e ajudou a mulher a recolher as maçãs e colocá-las no cesto. Tinha dito algo que fez a mulher despedir-se dizendo muito obrigado repetidas vezes.

— Você é a garota do gelo — observou o ruivo.

Selena assentiu.

— Só seguir essa rua até o fim, a alguns metros, e entrar na viela a esquerda — Dalienne deu as direções ao passo que gesticulava, terminando com um sorriso gentil.

— Aquele lince que acompanhava vocês naquele dia... Ele estava muito próximo de você e manso demais para ser selvagem. Era seu?

— Sim.

— Como o conseguiu?

— Lorde Rhaysen, acho que devemos retornar ao trabalho — pigarreou um dos cavaleiros que os acompanhava.

Ele ergueu uma mão para que esperasse. Usava como nos dias anteriores em que o vira uma cota de malha sob um grosso tecido de algodão vinho. Nas virilhas haviam alguns remendos de couro.

— Deixe-nos, Sir Khantus — respondeu o menino. Ele mantinha o olhar em Selena. — Li sobre esse animal na biblioteca do castelo. Se não me engano, é um lince das neves, não é? Como o conseguiu?

— Não o consegui. Ele veio até mim. — E assentiu quanto a pergunta que havia sido feita, sem ter muita certeza a qual raça ele pertencia.

— Dalie, papai irá adorar ver um! — dirigiu-se à menina.

— Mas e Liadan?

O menino ignorou-a.

— Pode nos acompanhar? Quero mostrar o animal a nosso pai.

O menino não conseguiu esconder o entusiasmo.

Lembrou-se de imediato o que Sir Beorren havia dito sobre não se aproximar dos Alliand.

— Bom.... Agradeço, mas preciso cumprir uma tarefa — por favor, não me perguntem o quê. Me deixem ir embora...

— Sem problemas. Convido vossa senhoria para o jantar de hoje à noite no castelo. Esteja no portão quando a lua estiver em seu ápice no céu. E traga o animal.

— É um belo animal que você tem — comentou Dalienne.

O menino albardou a montaria e junto com a irmã, partiram em seus cavalos antes que Selena piscasse.

Princesa de Gelo: O Legado da Aurora [Vol 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora