Princesa de Gelo: O Legado da Aurora [Vol 1]

Capítulo XXIX - Notícias da vila

A onda de calor que manava da lareira era insuportável e Selena implorou aos amigos para se sentarem pelo menos um pouco mais distantes, mas Hendrik era friento e nem com o casaco que havia emprestado a ele, sentia menos frio. Talvez fosse efeito da presença da Madame Louca e sua demonstração de dar sono tocando flauta.

Ansiava pelo término da aula, sentia que já estava chegando; teve certeza disso quando finalmente a melodia repetitiva encerrou.

Conquanto, havia guardado seu material quando a porta foi aberta abruptamente. Sir Norrand? Boa notícia não era.

Estava certa.

- Corwennion foi atacada. Todos devem estar agora no salão.

Foi um alvoroço só, todos estavam assombrados. Havia um mês que os ataques cessaram e sem razão alguma retornaram, não que devesse haver de fato uma razão, mas era, a partir daquele momento, impossível prever qual cidade ou vila seria a próxima a ser atacada. Estavam quase todos certos que Linsgard seria o próximo alvo. Com a trégua que haviam dado, sem sombra de dúvidas, estariam planejado algo aterrador contra a cidade e, repentinamente, Corwennion, do outro lado do reino, é atacada. Como estaria Kit com aquela notícia? Pavio curto do jeito que era, não se surpreenderia se todos começassem a sair correndo pelos corredores gritando que estava havendo um incêndio.

Sucedeu que estava sua turma tentando acompanhar os passos apressados do cavaleiro Lukan ao encontrar o olhar de Alecsander; compartilhavam a mesma preocupação.

- Dalie, Hen - chamou-os -, me ajudem a encontrar o Christopher.

Eles assentiram sem questionarem o porquê.

No salão, alunos e professores se encontravam reunidos e havia burburinhos por todo o canto. Faltava apenas os septuanistas chegarem; a presença do Lorde Alliand só deixava tudo mais urgente, a seu lado estavam o mágister e membros do Conselho, exceto Sir Beorren.

- Você acha que ele foi contar pessoalmente ao Kit? - perguntou Alec, sentando-se à sua frente. - Não o vejo por aqui.

- Deve ser...

Pigarreou o Mágister Zharos, calando a todos.

- Recebemos uma carta vinda de Corwennion há pouco. O ataque ocorreu na madrugada de hoje. Infelizmente, diferente dos ataques anteriores, houveram baixas. Até o momento em que a carta foi escrita, trezentos soldados foram abatidos e uma família inteira está desaparecida, sendo este o sétimo sequestro...

- A fim de evitarmos um ataque surpresa, as regras se tornarão mais rígidas - disse o lorde. E lendo a folha na mão, prosseguiu - Haverá toque de recolher ao anoitecer. Todas as aulas após esse horário estão suspensas. Receberão em seus próprios quartos o lanche do fim de tarde e a janta. Estão expressamente proibidos de saírem do dormitório sem que Sir Rhonos os venha buscar. As visitas às suas casas somente serão permitidas se vossos responsáveis vierem levá-los. Ninguém ande sozinho.

Dando um último recado, o mágister encerrou:

- Por hoje as aulas estão suspensas, até o início da próxima semana. Retornem antes do horário da aula no hetisadav*. Seus pais sabem da notícia e alguns vieram buscá-los. Atenção aos nomes!

Caramba! Aquele era um alerta de que deviam urgentemente descobrirem um meio de descobrirem um ponto fraco dos tenebraes.

- Vocês têm alguma ideia? - perguntou Selena aos amigos.

- Eles são imortais - disse Dalie, como se fosse óbvio. - Espadas não resolvem...

- Hendrik, eu sei que as palavras lhe são confusas, mas você tem que ter lido algo daquele livro que nos seja útil agora.