Capítulo XLI - Rio Eplos

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Seu coração perdeu o compasso ao ouvir a notícia de que a passagem para Cicatrizoculta havia sido encontrada. No entanto, não foi a única; empertigaram-se todos, encontrar a gruta era mais que uma boa notícia, era a esperança de encontrar os desaparecidos, bem como um aviso de que não se era certo estarem estes vivos.

Sir Norrand segurou firme na bainha de sua espada.

— Havia algo suspeito?

— Não, senhor. Apenas uma câmara profunda e sem dúvida alguma a mesma que Lady Liadan descreveu.

O Raposa Negra lançou um olhar a mulher, esperando sua confirmação.

— Prossiga, Sir Gawain — disse ela, serena. Estava com a cabeleira loira solta, mas a prendeu em um coque enquanto instigava seu cavalo a seguir logo atrás do cavaleiro. — Lanceiros, preparem-se. Arqueiros e espadachins, estejam vigilantes a qualquer barulho. Quero vocês sondando todas as direções.

Sir Auryn surgiu à frente de Selena e entregou-lhe seu escudo. Aonde encaixava o braço para segura-lo havia uma adaga.

— Para o caso de um tenebrae vir em nossa direção. Soube que possui uma mira consideravelmente boa. Veremos se o reflexo pode ser o mesmo.

Alguns arqueiros montaram nos cavalos dos espadachins e sentaram-se de costas para este, a fim de cobrir a retaguarda da Lança. Outros ainda subiram na carroça aonde havia todo o armamento e permaneceram de guarda. Dois atalaias cobriam leste e oeste caso houvesse qualquer movimento suspeito na mata.

Sothie se dirigiu para próximo do meio-irmão, ainda abatido; desde que deixaram Polus, ela andava distante de Petrus e ele não aparentava se importar muito. Nesse ínterim, Sir Beorren cavalgou mais rápido para andar lado a lado de Sir Auryn e Sir Vanyria, murmurando táticas bélicas para defesa caso irrompesse algum ataque tenebrae. Christopher, apesar de caminhar ao lado de Alecsander, permanecia vigilante.

Gilorv aproximou-se, desacelerando os passos a fim de que ela o alcançar. Passava despercebido entre os outros.

— Está com o colar?

— Sim, em meu bolso...

— Cuidado — alertou, dando um fraco sorriso.

No canto esquerdo de seus finos lábios havia uma ferida recente.

— Não é nada... — justificou ele e partiu depressa para próximo de sua senhora antes que ela desse sua falta.

A patrulha cessou a marcha quando alcançaram a entrada da gruta. Qualquer um que passasse por ali jamais daria conta de ser a entrada para a terra dos tenebraes. De primeira vista, parecia ser uma pequena caverna, mas ao passar pela entrada, havia ao lado uma extensão de dois metros adentro. Toda a lança desceu de suas montarias; os cavaleiros superiores avançaram contra a escuridão. Selena sentiu que devia acompanhar Sir Auryn ao ver que Hendrik ia logo após Sir Gawain, Kit após Sir Beorren, Sothie e Rhaysen após Sir Norrand.

Sir Beorren se aproximou do fundo da gruta.

— É uma parede falsa — concluiu ele ao tatear a superfície rochosa procurando por uma brecha, alguma parte em que a rocha era mais fina. Ele caminhou de um lado a outro até parar subitamente e olhar para os cavaleiros. — Aqui. Conseguiremos atravessar com mais facilidade nesse ponto.

Em completo silêncio, Sir Norrand se aproximou da parede para toca-la e fez um sinal para que Rhaysen lhe seguisse.

— Consegue abri-la sem que cause alguma fissura na caverna e nos mate soterrados?

Princesa de Gelo: O Legado da Aurora [Vol 1]Onde histórias criam vida. Descubra agora