22. Plano - Ela

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◇ CAPÍTULO VINTE E DOIS ◇

Plano – Ela

BUM!

A porta da frente da minha casa foi aberta num estrondo que fez até a neve que estava depositada sobre alameda cair.

Não parei para pensar muito nas consequências dos meus atos desesperados, apenas que deveria preparar um plano de resgate naquele mesmo momento, antes que a mãe de Vance fosse levada para a clínica de Saint Mary. Era necessária uma ação urgente.

Por um breve momento, pensei em simplesmente enviar as fotos também a polícia. Mas a simples menção a mim ou ao meu sobrenome tiraria qualquer prestígio da minha denúncia. Bem... esta era a polícia de Coldwint.

Logo ao entrar, percebi que a minha mãe não estava em casa, pelo simples fato que não ouvi repreensões quanto a toda barulheira que estava fazendo. Isso era ótimo. Ao menos assim, questionamentos cujas respostas eu não iria poder dar naquele momento não seriam feitos, e eu poderia pensar com mais "calma" no que fazer. Bem... o que fazer? Esta era a questão.

– Você tem certeza? – Foi só o que Vance perguntou quando ele avançou à minha frente antes de começar a subir a escada. Sua expressão era de pura aflição, sem contar a forma como ele me olhava. Era quase como uma súplica.

– Acredito que não exista mais de uma mulher Norant coldwintiana que será transferida para aquela clínica. – Ele não esboçou nada.

Subi as escadas correndo sem realmente prestar muita atenção no que estava fazendo.

No último degrau, escorreguei e bati com o joelho fortemente contra o último lance da escada. A dor fez as lágrimas escorrerem pelo meu rosto e eu gritei de dor.

MERDA! – Gritei. Vance estava do meu lado e apenas falou um "calma" baixinho, mesmo que ele mesmo não estivesse assim.

– O que pretende fazer? A gente não pensou em...

Eu realmente não sabia o que estava indo fazer, inicialmente pensei em ir para o meu quarto e me trocar. Mas e depois? Realmente, deveria ter considerado. Com um dos joelhos apoiado no último degrau, enquanto massageava o outro, pensei em como deveria agir. E a primeira coisa que veio à minha mente foi: Preciso de um carro.

– Vou levar sua mãe para a casa da sua tia. – anunciei ainda ajoelhada, para Vance. – Eu já tenho endereço que o Carl conseguiu... Agora é mais fácil. Bem, nem tanto, mas é isso que eu penso em fazer.

– Como... vai fazer isso? – Vance sentou do meu lado e olhou diretamente nos meus olhos. No momento, observei a porta que dava acesso ao escritório da minha mãe e busquei nos bolsos da jaqueta que estava o meu celular.

– Nós vamos de trem. – Falei e me levantei, andando (na verdade mancando) até o meu quarto. Vance me seguiu e em sua face estava claro que ele não entendia nada do que eu estava pensando. De qualquer forma, empurrei a minha própria porta, e fui direto ao armário, de onde tirei todo o aparato que havia usado na invasão que havia feito há alguns dias.

Na correria, derrubei roupas e papéis que havia enfiado de qualquer forma lá dentro. Procurava pela ficha do paciente que internaria a mãe de Vance. Só lembrei que ela estava sobre a escrivaninha quando tudo já estava espalhado pelo chão.

– Onde você conseguiu esses papéis? – Vance perguntou enquanto observava o piso repleto do conteúdo do armário.

– Acho que estavam junto com o papel da sua mãe. Eu nem vi o que eram... – Não dei muita importância e passei por ele, desta vez já estava com tudo em mãos menos o essencial.

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