13• | Por quê? | Hope 💫

401 79 32
                                    

Recadinho: O livro Ainda há esperança chegou em uma nova fase. Gostaria muito da interação de vocês com as estrelinhas e comentários. Hope é mui amada e, por mais que nosso desejo em certos capítulos seja esganá-la, permanecemos amando essa criaturinha. Peço que a partir de agora, quem tiver ideias e sugestões criativas para agregar ainda mais a história de nossa menina, envia pelo PV 😍.

💫

Gálatas 6

7. Não vos enganeis; Deus não se deixa escarnecer; pois tudo o que o homem semear, isso também ceifará.
8. Porque quem semeia na sua carne, da carne ceifará a corrupção; mas quem semeia no Espírito, do Espírito ceifará a vida eterna.
9. E não nos cansemos de fazer o bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.
10. Então, enquanto temos oportunidade, façamos bem a todos, mas principalmente aos domésticos da fé.

|°•°•°|

Naqueles três dias depois do acidente, a sensação de estar sozinha no mundo era muito maior do que posso definir em palavras. Quando mamãe morreu, sentir raiva de tudo e de todos, o vazio se tornou  gigantesco, consumindo minha alma dia após dia. A solidão transformou-se em fiel companheira, a dor era gritante, ainda assim sabia que de alguma forma Lucas e David estariam lá quando precisasse. Não estava errada, eles estavam o tempo todo naquele hospital e em todos os segundos se mostravam preocupados. Nenhum deles acusou-me de tentar tirar minha própria vida ou tocaram na hipótese de suicídio, pelo menos não conversaram comigo sobre essa possibilidade. Não tinha o intuito de me matar, ansiava que a dor cessasse e a confusão de dentro da minha cabeça tivesse fim, que as vozes pertubadoras se calassem. E não ouvi-los me acusar de suicídio mostrou que sabiam disso. Não foi de propósito. Se por acaso, soubessem de que aconteceu outro acidente, depois de tudo que fiz, será que viriam me ver? Se não, não seriam culpados.

Encontrei-me sem ninguém, literalmente sem amigos e familiares. Não consigo ligar para pedir ajuda, dizer que estou com  medo por não saber o que será do meu futuro assim que puser os pés para fora desse hospital.

A médica que cuidou do meu caso se surpreendeu com os poucos ferimentos espalhados pelo corpo. Há vários cortes superficiais causado pelo contato da pele com vidro em regiões da barriga, braço e rosto. Para a surpresa de todos os paramédicos da ambulância, diferente do que aparentava, eu não morri, nem sequelas obtive. Diferente do carro que ficou totalmente destruído, ninguém entende como ou o porquê, mas mais uma vez Hope Soure não partiu dessa para melhor.

— Querida, você é um milagre! — disse a enfermeira assim que acordei. Para piorar meu psicológico, o nome dela era Samantha.

Suas palavras foram as mesmas que minha mãe usava quando acariciava meus cabelos ao deitar em suas pernas. Eram as palavras que ela usava após contar como meu nascimento foi um milagre. De como orou e jejuou pela minha vida, repreendendo todo diagnóstico de doenças e morte.

Mais uma prova de que Deus não queria me colocar no mundo, ele nunca quis, foi meus pais que insistiram. Indignação é o sentimento que carrego no peito, se Ele nunca me quis, por que não me matou de vez, por que continua permitindo que continue nesse mundo. Houveram duas oportunidades, nas quais a culpa recairia sobre mim e, ele permitiu que continuasse vivendo. Eu sou má, minha mãe era boa. Uma bala foi o suficiente para levá-la para longe e eu, duas vezes, dois acidentes e, nada além de pequenos ferimentos que desaparecerão com medicamentos foram as consequências. Parece tão injusto.

— Você quer me deixar aqui para me torturar ainda mais? — encarei a saída do hospital do qual recebi alta. — Estou cansada, parabéns você venceu. Não me restou mais nada. Estou sozinha — murmurei atravessando a porta que se abriu assim que me aproximei. Samantha foi gentil e conseguiu um par de roupa, a de outrora ficou rasgada e não seria possível usá-las. A calça jeans e uma blusa marrom com a frase acabou o tempo escrito em inglês foram aceitáveis, não havia possibilidade de andar nua pelas ruas de uma cidade da qual nem conheço.

Ainda há Esperança (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora