17• | Nova Esperança| Hope 💫

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Obstáculos que são fáceis de superar para alguns, são impossíveis para outros. Digamos, que faço parte dos outros!

Nunca pensei que dizer um número limitado de palavras seria tão difícil. Me perdoe e desculpe, são utilizadas diariamente, ao esbarrar em alguém sem querer ou por ter se atrasado para o almoço com a família. Eu mesma disse centenas de vezes e, ultimamente quando penso em está diante da minha família pronunciando essas palavras, vários nós se acumulam na minha garganta; o oxigênio existente no mundo torna-se insuficiente.

Antes daquela terrível noite, possuía a convicção de que era a garota mais inabalável do mundo, nada poderia tirar o chão debaixo dos meus pés. Deus o grande Eu Sou Eu estava comigo, era serva em sua casa, conversarmos todos os dias, conhecia a Bíblia desde criança. Pais, irmão, namorado e amigos que faziam de tudo por mim, uma igreja cheia de pessoas tementes a Deus, possuía exemplo de todo quanto é lado. Uma trajetória perfeita, Hope, o fruto do amor de Samantha e Lucas, um dos casais mais admirados e invejados por onde passavam, exemplos de vida. Ela jamais poderia seguir um caminho sem esperança, era cercada de pessoas que inspiraram Esperança, a pequena Hope seria uma mulher tão incrível quanto a mãe, era o que todos acreditavam, até o dia em que a esperança morreu dentro da própria Esperança.

Meu nome não significou nada depois que aquele caixão foi coberto por terra. Cada vez que a par era levantada e o barro lançado, o som produzido chegava nos meus ouvidos como se um juiz estivesse batendo o martelo em minha direção e dizendo: Culpada!

O problema é, não consigo explicar para ninguém o porquê de me sentir assim, não consigo admitir para minha própria alma, realmente fiz o que fiz, depois do ocorrido meu mundo literalmente acabou. A escuridão era o escape que buscava para oprimir a minha alma e dizer que ela não devia ter feito aquilo, que jamais voltaria a ser inundada pela luz que um dia reinou em sua extensão. Culpada! Culpada! Culpada!
O barulho da par em contato com a terra, o levantar, o lançar, o contato com o caixão, se repetia e repetia.

— O que você está fazendo aqui? — questionei levando as duas mãos ao rosto, limpando as lágrimas e dando um passo para trás.

A luz do sol formava linhas em seu rosto ao ultrapassar as grades do portão do cemitério.

— Te conheço desde o ventre, lembra? — Ela sorriu com os lábios colados e abriu os braços. Não pensei duas vezes e me aninhei a seu corpo. — Pedi para Enzo me deixar a alguns metros depois da sua casa, queria me certificar se você ia ou não entrar, ainda bem que fiquei. Essa sua mania de fugir não irá te ajudar a recomeçar. — Afagando meus cabelos aconselhou.

— Você não entende... — rebati com a voz fraca, afastando nossos corpos.

— Hope, sei o que é viver uma vida imunda, sei o que é estar longe de Deus, desagradá-lo, machucá-lo, duvidar de seu amor. Assim, como sei o que é ser recebida de volta com abraços e beijos de saudades de um Pai que não se importa com o que o filho fez ou era, mas com o que filho decidiu ser ao voltar para casa. Ele não quer jogar na sua cara os seus erros e pecados, pelo contrário, Ele quer esquecer cada um e te escrever uma nova história. Pare de pensar no que você fez e se lance nos braços de Deus e o mais Ele fará. O pai não quer te condenar pelo seu passado, se essa fosse a vontade dele, jamais teria enviado Jesus para que através dEle você fosse redimida. Você estava tão bem, parecia confiante com essa decisão, o que mudou? — Desviei o olhar do seu ao cruzar os braços e encarar meus pés.

— Eu não posso.... — A corrente de lágrimas despencou e meu corpo todo começou a tremer. — É muito pior do que ter dormido com vários homens, ter me cortado, roubado.... Foi a pior coisa que fiz na vida... — Soluços e mais soluços.

Ainda há Esperança (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora