Ainda há Esperança (Concluído)

5《 Sentimentos 》📃

O colar chamou atenção no porta joias. Pensei uma, duas, três vezes antes de levantá-lo na altura dos meus olhos o avaliando minuciosamente, buscando em vão alguma resposta sensata para não usá-lo.

É apenas um colar, não significa nada pra você!

— Não significa nada! — pronunciei sufocando qualquer indício de pensamento contrário a minha afirmação.

Roberto que até então prestava atenção no celular jogando free fire em cima da cama, perguntou: — Falou comigo, amor?

— Já fez o depósito? — inquiri ajeitando meu cabelo para o lado.

— Ainda não, vou fazer amanhã!

— Tudo bem. Não estou conseguindo, põe aqui pra mim. — Ele odeia ser interrompido durante o jogo. Bufando se levanta pegando o colar de ouro com dois corações entrelaçados. Com rapidez encaixou ambos os lados um no outro. Permaneci olhando através do espelho, meu namorado encontrou meu olhar no reflexo e sorriu. Não somos perfeitos, mas juntos conseguimos levar a vida, se é possível chamar de vida essa coisa que temos. Sei que ele me trai, assim como sabe que faço o mesmo, faz parte dos negócios, no final do dia quando não estou surtada, jantamos com a filhinha dele como um casal normal, saímos pouco com a pequena para protegê-la de ser vista conosco. Stefany não tem culpa de ter nascido em um meio tão perigoso.

— Está tão pensativa... Tão cheirosa. — Beijou meu pescoço causando um arrepio na região. — Estou quase te perdoando por ter causado a minha morte no jogo. — Sorrir do seu drama e girei sobre os pés encontrando seu olhar.

— Vai passar o resto da noite nesse jogo, sei que não vai hoje a boate. E tire essa mãozinha boba de perto do meu belo corpo. — O afastei e Roberto jogou a cabeça para trás rindo. — A Ster já chegou da casa da mãe dela?

— Ainda não! Quando ela chegar vou levá-la para tomar um sorvete. Estou te achando estranha, muito pensativa para meu gosto. — Puxou minha cintura respondendo a pergunta e demostrando seu possível incômodo.

— Estava pensando justamente na sua filha. Ela não merece viver assim, não pode sair como uma criança normal, pois ao ser vista conosco a colocamos em perigo futuramente. Porquê não mudamos de cidade, melhor de país?

— Está fugindo de algo ou melhor de alguém? — questionou desconfiado.

— Nada... Ah deixa pra lá. Devo está de TPM. Ideia idiota, já deixei de lado.

— Não vou insistir nesse assunto, sabe que não gosto de ficar que nem um imbecil questionando se você não vai dizer nada, mas não esconda nada de mim. Somos parceiros, lembra que no nosso mundo uma mão lava a outra.

— Já disse que é TPM. — Joguei as mãos para trás demostrando não me importar mais. O distrair com um beijo apaixonado. As coisas começaram a esquentar e suas mãos não pararam de apertar o meu corpo. O afastei ofegante.

— Vai com calma.... Ufa... Preciso chegar inteira no casamento tanto meu corpo, quanto a roupa que estou usando... Então te acalma aí — disse com a mão no peito suspirando profundamente. — Vou usar esse casamento a favor do nosso plano. — Ele sorria avaliando cada parte se mim. — Não me olhe assim, volta para o jogo! — Apontei o celular em cima da cama.

— Quando chegar, repetiremos esse beijo, você não escapa hoje. — Tirou a camisa e correu para o banheiro. Ligou o chuveiro para esfriar o corpo que estava quente demais. Gosto de Roberto por isso, ele não insiste quando digo não, nem tenta fazer com que mude de ideia. — Tem certeza que vai continuar com esse plano? Há tempo de desistir. Por mais que esteja contra eles agora, se fizermos o que planeja vai destruir o legado da tua família. — Desligou o chuveiro saindo envolto por uma toalha. — Pensa bem Hope — quando me chama pelo nome é porque está falando sério — me conhece o suficiente para saber que quando entro em um negócio não gosto de deixar nada pela metade, se começarmos vou até o fim, por isso pensa bem, pra depois não vim chorando arrependida, estou te dando a chance de desistir antes mesmo de começar. — Jogou-se na cama pegando o celular. Verifiquei mais uma vez meu look no espelho e o encarei.