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Jimin e eu estávamos praticamente prontos para sair. Ele, pela milésima vez, retocava a maquiagem, na esperança de ficar mais bonito do que já é.

— Vamos nos atrasar por sua culpa, Park. Dá pra acelerar? — Exclamei vendo seu reflexo no espelho da penteadeira que havia no quarto, enquanto terminava de passar o meu protetor labial.

— Para de reclamar, Jeon! Só porque você nasceu perfeito não significa que eu seja.

— Pode ir parando com essa baixa auto-estima pois você é lindo do seu jeito. Já tivemos essa conversa várias vezes. Eu te amo do jeitinho que você é, e sempre vou te amar... só para de pensar que você não é o padrão dessa droga de país. Você é perfeito Park Jimin, e se alguém disser o contrário eu mato no soco. — Terminei de falar e ele correu para dar um abraço em mim.

— Eu também te amo, Kookie. Só não mata ninguém, ok? — assendi e ele limpou uma lágrima que saiu do seu olho e foi colocar os tênis.

Jimin finalmente terminou de se arrumar e foi arrumar a bagunça que ele fez no banheiro. Bateram a porta e Jimin pediu que entrassem. Não vi quem era até a pessoa ir até a penteadeira e sentar-se no outro branquinho. Taehyung ficou me encarando por um tempo.

— Por que está me encarando como se eu fosse um jogo de futebol? — Questionei, arrumando minha bolsa de maquiagens.

Ele rapidamente corou.

— Você está realmente muito estranho. — Disse antes de levantar e pegar meus tênis e os calçar.

Jimin saiu do banheiro, pronto.

— Vamos indo, casal? — ele deu uma risadinha e passou pela porta do quarto. Olhei furioso para ele.

Fomos até a sala em um silêncio constrangedor e mortal. Todos nos esperavam para irmos de carro até o bar. Namjoon e eu conversávamos animadamente sobre o show do James Arthur, que seria em março. Ele estaria na Coréia pela primeira vez e eu não perderia por nada.

— Qual é o dia exato do show, Jeon? — Hoseok perguntou aninhando o namorado no peito.

— 25 de março. — Jiwoo falou do banco da frente.

— Dois dias antes do seu aniversário. — Jimin comentou.

— Muita sorte, não é? Vou pedir o ingresso pra minha irmã. — finalizei.

Depois de estacionar o carro, fomos caminhando até o bar. Por uma coincidência ainda maior, uma das minhas músicas favoritas da Arianna Grande tocava em um volume bem elevado. "Música boa, só presta em volume alto." Lembrei-me automaticamente de minha irmã dizendo essa frase quando eu tinha 12 anos e andava de carro com ela.

Um sorriso surgiu em meus lábios. Eu sentia uma falta totalmente inimaginável dela. Nossas brigas por qualquer coisa, nossas aventura em viagens, nossas confidências, nossas conversas... tudo. Ele era a melhor irmã que eu poderia ter.

Lalisa é a parte de mim de que eu mais gosto, minha melhor amiga. Preciso pedir uma passagem para o Japão urgentemente, pensei.

O bar estava bem movimentado, Jimin e Hoseok dançavam, assim como os outros quatro. Restávamos apenas eu e Taehyung.

— Tae? Pode colocar meu celular e meu RG no bolso do seu casaco? — Pedi virando de frente para ele e, graças a agitação do local, ficando a dois dedos mindinhos de distância dele.

— Posso. — Ele pegou minhas coisas, mas guardou apenas meu celular. — Não sem antes dar uma olhada nessa foto!

E minha ficha caiu. Minha foto da identidade era simplesmente podre. Eu tinha 13 anos e usava aparelho nos dentes. Tentei, sem sucesso, arrancar o documento da mão dele, mas ele era um pouco mais alto que eu.

O lado estranho do amor; taekook ©Onde histórias criam vida. Descubra agora