《24》

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Era 19 de dezembro, aniversário do Taehyung, e nós estávamos indo para o jogo de basquete do Orlando Magic.

Os meninos estavam empolgadíssimos. Eu entendia de basquete, mas preferia ter ido com Jin, Sunhee, Jimin e Momo para a outlet. Perdi no Pedra, Papel e Tesoura com o Tae, e cá estamos nós.

-Eu já disse odeio você? -falei enquanto ele me comprava uma água.

-Só hoje, umas quatorze vezes. Agora, quinze.

Sentamos lado a lado no grande ginásio e, depois de uns quinze minutos conversando, nos assustamos com o estrondo do locutor dizendo que iam liberar a Câmera do Beijo.

-Ai, Deus! É a melhor parte do jogo. -Comentei quando já dois casais se beijavam; entre eles, um cara pediu a namorada em casamento.

-Você não está notando nada de diferente, Taehyung? -perguntei sentindo minhas bochechas queimarem e o coração ir a mil.

-Deus! É a gente. -ele gritou indicando o telão.

-E o que a gente faz? -Eu estava indignado.

-A gente se beija, oras!

Senti sua mão no meu pescoço. Como eu sempre fazia, levei minhas mãos ao cabelo dele, fazendo uma leve bagunça.

As sensações eram as mesmas. As borboletas voando pelo meu estômago pareciam voar mais agora, e o coração conseguiu atingir um batimento que eu achava ser inexistente. Tudo o que eu dizia não querer sentir simplesmente veio. E eu senti. E como senti.

Senti todo o amor por Taehyung naquele beijo, senti o fogo que acendia toda vez que nos beijávamos, senti sua mão acariciando minha nuca, causando arrepios que provavelmente só iriam sair depois de eu me meter sob quinze casacos. Senti a boca em que ouvi tantas palavras doces dirigidas a mim. Senti a paixão que eu me negava a sentir no coração. Quando o assunto é o coração, como me disse o Tae uma vez, sou tão leiga quanto uma porta.

Pensei numa única certeza: Tae é o dono do meu coração e eu estou perdidamente apaixonado por ele.

Quando o beijo acabou, e, como estádio todo estava aplaudindo, saí correndo dali sem pensar duas vezes.

-Covarde! -xinguei a mim baixinho, enquanto corria para a saida, torcendo para achar um canto onde eu pudesse chorar e para que ninguém me seguisse.

Como sempre, porém, minhas preces são... Opa! Não são atendidas. Quando finalmente encontrei um banquinho num corredor vazio onde eu pudesse pegar o celular e ligar para um dos meninos, ouvi passadas ecoando pelo lugar.

-Jungkook... -ele começou.

-Para! Só para, por favor! Eu quero ficar sozinho. -respondi segurando as lágrimas.

-Eu queria só perguntar a você o porquê de a gente não ter dado certo. Sabe, eu te amo muito. E você nem tem noção de quais loucuras eu seria capaz de fazer por você. Uma delas foi quase perder o Suneung. Eu encontrei alguém que se encaixa perfeitamente comigo, que me aceita do meu jeito. Eu quero você, Jungkook. E acho que, se a gente tentar outra vez, temos tudo pra certo.

Assim como ele fez na Câmera do Beijo, Tae se aproximou e me beijou.

- Eu te odeio! -falei baixinho com nossos lábios colados.

-Dezesseis vezes... -ele riu. -Porque eu te amo.

* * *

O meu sapo? Sim, eu o conheci. Não foi depois do primeiro beijo que ele virou príncipe. Ah, não... demorou bastante, mas isso é detalhe. Ele estava comigo, e eu nunca estive mais feliz.


O lado estranho do amor; taekook ©Onde histórias criam vida. Descubra agora