Mon Pain Sucré (Meu pão doce)

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Para você, Gabrielly, que está história seja sua luz quando estiver distante de mim, e seu sorriso quando a amargura lhe tocar o dia, espero que goste muito assim como todas as outras, eu te amo, hoje, ontem, amanhã e sempre, sou eternamente seu.

Era uma manha fria de inverno em Paris, as casas eram gentilmente tocadas por flocos delicados de neve, fazendo com que a rua seja graciosamente pintada de branco, as pessoas ainda estavam em suas camas, o dia estava em sua alvorada e uma pessoa em peculiar abriria os olhos diferente hoje.

Primeiro dia de inverno recebeu Marinette com tudo, o frio deixou seu corpo letárgico e com muito mais preguiça que seus habituais dias quentes de verão, estava acamada ainda, seus músculos se habituando a nova rotina, ao novo clima nevado e frio que vinha lhe acalentar as vintas e as têmporas.

Marinette mesmo assim não se demorou muito a se levantar, se moveu quase involuntariamente da cama, deixou para trás seu pijama rosa com pequenos detalhes brancos, e se apressou para o banheiro para iniciar sua rotina matinal. Já vestida Marinette verificou se Tikki, sua Kwani e fonte de seus poderes e segredos, já havia acordado, e a mesma se encontrava repousando como de costume, acordaria embreve e isso daria alguns pequenos momentos de adolescente normal a Marinete, ao menos, era isso que ela achava.

Não havia ninguém em casa, um bilhete na porta da geladeira parecia suspeito, esse comportamento no entanto, já era bem comum para a jovem, seus pais viviam ocupados e fazendo entregas, então não era nada de anormal estar sozinha, Marinette  notou seu café da manhã feito com muito amor e delicadeza em seu lugar habitual, mas antes de alimentar seu estômago, tomou a responsabilidade de ler o bilhete primeiro.

"Minha pequena Marinette, seu pai e eu vamos a uma convenção de confeiteiros no centro de Paris! fomos incentivados a participar e como surpresa estamos levando uma receita antiga da família! Pain Sucré! você se lembra que os amava? pois bem, tem uma caixa deles na mesa, leve alguns pros seus amigos, é bom para os negócios! tenha um dia maravilhoso minha pequena, te amamos muito!
                               Com amor, Mamãe"

Pain sucré... pão doce, a palavra acertou o âmago de Marinette em cheio, ela foi jogada em um mar de lembranças, onde ainda não moravam em Páris, moravam em Gien, uma parte mais humilde da França, um pequeno subúrbio banhado por um rio, naquela velha casa coberta de amor, pedras e carinho familiar, onde mesmo em dificuldade, os pais nunca deixavam a pequena Marinette desprotegida ou sem atenção, sempre lhe cuidavam com carinho e lhe davam o que ela mais gosta, Pão doce.

Uma sensação estranha se acometeu em Marinette, ela se sentia frágil, pequena, indefesa, suas bochechas coravam e sua mente nublava levemente, pensamentos adolescentes eram trocados por memorias e desejos de infância, suas emoções ferviram, a duvida crescia e a cada passo mais perto da caixa lhe trazia lágrimas e  lhe roubava palavras. A primeira mordida foi basicamente um retrocesso de anos e anos, ela sentia o açúcar, a maciez, tudo acariciado gentilmente por sua boca antes de ser engolido, lágrimas corriam por seu rosto juntamente com uma aflição, estava sozinha e queria desesperadamente o colo e o acalento dos seus pais e não sabia o que fazer! ela já não se perguntava o que estava acontecendo, ela deixou os sentimentos fluir por seu corpo e alma e se sentiu feliz, uma garotinha novamente, carente e comilona, assim como era em sua infância.

O destino nessa hora lhe trouxe uma resposta, não a exata mas talvez, a que ela mais precisava, a porta da loja se abria com calma e uma voz masculina jovial chamava por seu nome, uma voz conhecida por Marinette, uma voz que lhe trazia calma mesmo agora em meio a sua pequena confusão.

- Marinette ? eu estava andando por aqui, você quer vir a escola comig- Luka, seu colega de classe se interrompeu a ver a cena diante dele, Marinette se encontrava no chão, com a cabeça balançando e com os dedos lambuzados de açúcar enquanto comia Pães doces e lacrimejava um pouco, parecia perdida mesmo estando em casa.

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