Lembro hora a pós hora

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"Deitado na minha cama ouço o tique-taque do relógio e penso em você preso em círculos confusões não são nada de novo
recordações de noites quentes, quase esquecidas como uma mala de lembranças hora após hora"

Musica: Time After Time - Boyce Avenue

***

Dezesseis anos antes...

Anahi e Alfonso estavam em seu lugar preferido um bosque cheio de arvores deitados na grama verde ficavam observando o céu a lua e as estrelas. Anahi deitada com a cabeça no peito dele, sorrindo ao som dos batimentos do seu coração, enquanto ele brincava com o cabelo dela o carinho estava tão bom que ela fechou os olhos.

– Hmm – os olhos de Anahí  continuaram fechados.

Ele podia sentir um ponto úmido na sua camiseta, onde a boca dela estava.

– Você está babando em mim Annie? – ele ergueu a cabeça para olhar melhor.

– Eu não babo – de súbito, ela estava desperta, virando a cabeça para olhá-lo nos olhos, discretamente limpando a boca com as costas das mãos. Alfonso riu do gesto revelador.

– Vamos, admita você babou Annie.

– Ah para eu não babei eu disse – Anahí mordeu os lábios para evitar um sorriso antes de mostrar a língua e lamber a camiseta dele. – Mas se vai me acusar de algo que não fiz, então vou fazer de qualquer jeito.

Notando a expressão que surgiu no rosto dele, ela pulou, e saiu correndo pela grama se dirigiu às árvores que os cercavam.

Agarrando o casaco, Alfonso correu atrás dela, alcançando-a com passos longos e rápidos antes que ela atingisse o primeiro carvalho.

– Você não tem nenhuma chance – ele riu. Envolvendo a cintura de Anahí , ele a puxou contra si. Podia sentir a barriga macia dela subindo e descendo junto com a respiração pesada.

Anahi tentou se contorcer contra ele, arranhando seus braços, procurando escapar. Ele se manteve firme, contendo o corpo dela nos seus braços e impedindo todas as tentativas de fuga. A respiração dela por fim se acalmou. Ele podia sentir o próprio coração se tranquilizar.

Por um instante Alfonso imaginou o que ela faria se ele se inclinasse e  lhe desse um beijo então balançou a cabeça, percebendo como estava sendo idiota. Ela era sua amiga sua melhor amiga. Pensar nela daquela forma ou como mais que do que isso era uma péssima ideia.

– O que foi? Porque me olhando assim? – estranhou ela

– Err nada – saiu do transe – Vamos, vamos pra casa – ele abriu um sorriso rápido, dando um passo para trás para abrir um pouco de espaço entre eles.

Ela pareceu confusa por um momento, então endireitou passando a mão no cabelo

– Certo vamos.

***

Aqueles sonhos tão vívidos não pegaram Alfonso de surpresa. Afinal, ele estava de volta ao quarto da sua infância, cercado pelos cheiros da casa dos pais. Os sonhos mesclados de lembranças sempre apareciam quando ele ficava ali. Às vezes eram intensos demais, e esse era um dos tantos motivos pelos quais não visitava mais aquela casa. Não que não gostasse dos sonhos; na pior das hipóteses, eles o enchiam de
uma calma e de um aconchego que só havia vivenciado quando criança.

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