Eu quero nós dois

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O Parque Long Lake estava lindo naquele domingo quente de julho. Anahi e Alfonso passeavam pelas margens, tomando os sorvetes que haviam comprado. Henry corria na frente dos dois, com os braços bem abertos, entrando e saindo da parte mais rasa do lago, espalhando água para todo lado, como se fosse a melhor coisa que já tivesse feito na vida.

– Foi uma ótima ideia – disse Alfonso olhando para o lago. – Tanto tempo que eu não vinha aqui!

O mais legal de Long Lake era que, ainda que ficasse bem cheio às vezes, o lugar praticamente só era
frequentado pelos moradores da cidade. Assim, a água continuava sempre limpa, pois não havia centenas de turistas para sujá-la.

– Adoro vir aqui – disse Anahi – Quando me mudei de volta para cá, costumava trazer Henry ficar
sentada, vendo-o brincar. – Ela olhava os próprios pés enquanto andava. – Quase sempre eu ficava pensando em você  – Anahi balançou a cabeça e olhou para a água. – Deixei o tempo passar, Poncho. Devia ter ligado para você.

Alfonso concordava com ela, do fundo do coração, desde os pontinhos mais magoados que ele guardava, mas não ia continuar a focar no passado. Agora, tanto ele quanto Anahi eram pessoas diferentes, com prioridades distintas, com visões diferenciadas em relação ao que eram e ao que queriam ser. Claro que os pedidos de desculpas de Anahi ajudavam, e Alfonso sabia que ela também se sentia melhor com isso; porém, concordavam que tinham que seguir em frente.

O restante do dia foi um dos melhores que Alfonso já tinha vivido. Passaram algum tempo dentro da água, nadando e brincando juntos, e, depois, comeram no restaurante do lago. Henry continuava cativando
o pai a cada instante, e o fato de o garoto estar começando a se aproximar cada vez mais de Alfonso e a se sentir mais confortável com ele era simplesmente incrível. Anahi mal conseguia se meter entre os dois,
mas a expressão branda e pensativa nos olhos dela mostrava a Afonso que Anahi não se importava com isso.

– Você vai lá para a nossa casa Poncho? – perguntou Henry, sentado em frente a Alfonso e falando com a boca cheia de pizza.

– Se você quiser... – disse Alfonso sorrindo.

– Quero, sim – insistiu o menino. – Vem ficar comigo e com a mamãe.

Alfonso olhou para Anahi

– Posso ficar lá um pouquinho.

– E para dormir? Poncho pode dormir lá em casa, mamãe?

Anahi tossiu de leve, cobrindo a boca com o guardanapo. Alfonso sorriu ao ver que o rosto dela tinha ficado vermelho.

– Ele tem que ir para casa dele, querido. E dormir na cama dele.

– Tem mesmo? – perguntou o menino, franzindo a testa.

– Tenho, cara. Fico com medo quando não estou na minha cama. – Alfonso tomou um gole da bebida. –Quem sabe outro dia?

– Ok. – O garotinho virou a cabeça para a mãe, que estava ao seu lado. – Posso comer sobremesa agora, mamãe?

Ele se debruçou na mesa, botando a mãozinha no rosto. Alfonso se perguntava como Anahi podia resistir ao filho quando ele a olhava daquele jeito. Sabia que acabaria dando qualquer coisa ao menino se ele o encarasse com aqueles olhinhos fofos do Gato de Botas...

– Hmmm – disse ela, refletindo. – Você comeu tudo?

Mais que depressa, o menino ergueu o prato para mostrar que só tinham sobrado umas poucas batatas
fritas e a borda mais dura da pizza.

Anahi riu.

– Então acho que pode.

Radiante, Henry se ajoelhou na cadeira e deu um beijo na mãe.

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