Ele queria tê-la ainda a amava

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"Eu poderia passar a minha vida
Nesta doce rendição
Eu poderia ficar perdido neste momento pra sempre
Cada instante que passo com você
É um momento que eu valorizo"

Musica: Aerosmith -I Don't Want To Miss A Thing

***

Henry tinha pegado no sono, e Alfonso o carregava até a entrada da casa de Anahi, segurando o filho bem
junto ao peito e sentindo o seu cheiro. O menino aguentou uns cinco minutos no carro, depois de ter
brincado e comido direitinho o prato de massa que Ruth tinha preparado para o jantar. Não havia a menor
dúvida: Henry conquistou os avôs em menos de três segundos.

Alfonso deu umas batidinhas de leve na porta, e Anahi veio abrir, descalça, de short de pijama e regata. O rosto dela se abrandou ainda mais quando viu o filho nos braços de Alfonso

– Ele apagou – disse Alfonso baixinho.

Anahi riu.

– Oh meu amor... – Com um gesto, ela mandou que ele entrasse e o levou escada acima. – É o segundo quarto à direita. Ele foi ao banheiro?

– Antes de sairmos da casa dos meus pais.

Alfonso subiu a escada com cuidado e empurrou a porta do quarto de Henry com o cotovelo. Era um cômodo azul-claro, com metade das paredes cobertas de estrelas e planetas pintados à mão e a outra metade cheia de pôsteres do Batman e de desenhos em estêncil. Era o quarto mais legal que Alfonso já tinha visto. Bem devagar, colocou o menino na cama gradeada e ficou ali parado olhando, enquanto Anahitrocava a roupa do garoto, tirando primeiro os sapatinhos e, depois, o jeans. Ela deu um beijo na testa do filho e cobriu o corpinho com um lençol bem leve.

Quando ela se levantou, Alfonso hegou mais perto.

– Tive o dia mais incrível do mundo – disse. – Não dá nem para descrever o que eu sentir Annie.

Ela se encostou nele e os dois ficaram vendo o filho dormir. Alfonso tentou ignorar o calor que parecia emanar da pele dela.

– Entendo perfeitamente – disse ela, erguendo os olhos para ele, com o rosto mergulhado nas sombras
do quarto escuro. – Quer tomar alguma coisa?

Alfonso hesitou por um instante, olhando para ela, dividido entre o medo e o desejo desesperado de
seguir em frente. Respirou fundo.

– Claro err.. tudo bem.

Ele saiu do quarto atrás de Anahi e a seguiu pelas escadas até a sala de estar.

– Senta aí – disse Anahi, apontando para o sofá. – Tenho vinho, cerveja, suco, água...

– Vinho é uma boa.

Anahi sorriu, se afastando e deixando Alfonso parado no meio da sala, enquanto ele observava a decoração em creme e vermelho, o tapete macio, a ampla lareira. Ele sorriu ao ver uma caixa azul bem grande perto da TV, repleta de uma enorme variedade de brinquedos de Henry, e o pequeno quadro branco ali ao lado, coberto de desenhos feitos por um menino de 4 anos: algo como uma pessoa rodeada de arco-íris e de flores. Parecia também que Henry tinha tentado escrever o nome.

Alfonso se aproximou da prateleira que ficava em cima da lareira, atraído pelas fotos que a cobriam de ponta a ponta. Quase todas eram de Henry. Em uma, de quando ele era bebê sabe-se lá que idade tinha, Henry estava envolto numa manta azul e usava um gorro que parecia grande demais para aquela cabecinha miúda. Em outra, estava sentado, com as bochechas bem vermelhas, mordendo o punho cerrado e o rosto e a mão inteiramente babados. Estava tão lindo... Alfonso ficou vendo o filho crescer a cada retrato: o rostinho se modificando, o cabelo crescendo, ele conseguindo ficar de pé sem a ajuda da mãe e, finalmente, chutando uma bola de futebol, com uma expressão feroz e determinada.

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