Capítulo 21

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Chamo o elevador e penso em Apolo enquanto espero. Ele não mandou nenhuma mensagem dizendo se voltaria ou não, contudo Marcelo já está lá embaixo esperando por mim e não posso dar para trás agora.

As portas se abrem, entro e aperto o botão correspondente ao térreo. Como não sabia para qual tipo de lugar ele me levara, escolhi uma roupa casual com calça jeans e camisa branca, uma jaqueta combinando com a camiseta e tênis.

Coloco o celular no silencioso quando as portas se abrem.

Vejo o carro dele estacionado rente a calçada. Um BMW branco.

Quando alcanço a saída, a porta se abre e ele salta. Há um sorriso de vitória em seu rosto. Ele caminha em minha direção. Está usando um traje esporte com blazer escuro e calça clara. Os cabelos penteados para trás.

Com as mãos nos bolsos, ele vem ao meu encontro e me puxa para um abraço. Seu cheiro é delicioso. Sua barba raspa em minha orelha.

— Passei o dia com uma ansiedade imensa por esse momento. — comenta. — Você é ainda mais lindo do que na foto.

— Você também é!

— Podemos ir? — assinto. Ele me guia, colocando as mãos em minhas costas sem me tocar de fato.

Quando chegamos no carro, ele se inclina e abre a porta para mim. Muito cavalheiro. Coloco o cinto enquanto ele circula o veículo e entra.

— Você está bem? — quer saber. — Parece um pouco preocupado. Se arrependeu de ter aceito meu convite?

— Claro que não. — garanto. — Não se preocupe.

Ele assente, coloca o cinto e dá partida. Olho pela janela enquanto o prédio desaparece do meu campo de visão.

— Então, gostaria de entender melhor como funciona esse seu envolvimento com o cara que não é seu namorado. — seu tom é de brincadeira, embora eu saiba que a premissa a fundo seja real.

— O que quer saber?

— Vocês são amante s ou não?

— Ele é um homem casado, mas tem um relacionamento aberto.

— Que moderno, gostei! — estico a mão e ligo o rádio sem pedir permissão.

A música que começa a tocar é suave, um toque de violão que faz com que eu sinta saudade do meu avô. Logo a cantora começa.

— Maria Bethania é a última coisa que esperei ouvir no seu carro.

— Por quê?

— Acho que é porque nunca vi alguém ouvi-la de fato.

— Essa música se chama: As Canções Que Você Fez Pra Mim, ela me tranquiliza ao mesmo tempo que me angustia.

— Angustia por quê?

— Faz com que eu me lembre do meu antigo relacionamento. — explica. — O que nos leva a resposta à sua pergunta de mais cedo.

Demoro um pouco para me lembrar da referência.

— Ah sim! E qual é?

— Terminei meu relacionamento recentemente, ele era músico e escreveu algumas letras pra mim. Essa música faz com que me lembre disso sempre que ouço.

— Então porque ainda escuta essa música?

— Porque eu gosto dessa música e fingir que o passado não existiu não faz com que seja verdade. — garante. — Até porque, essa canção é linda e já ouvia ela bem antes de me relacionar com ele.

NAS MÃOS DO PRAZER (COMPLETO)   [+18]Onde histórias criam vida. Descubra agora