obrigado por ter ficado quando eu insisti pra você ir embora. quando eu falei pra você me deixar, antecipando uma situação que eu nem sei se um dia vai acontecer. é que já tinha acontecido tantas vezes, que pra mim era mais fácil lavar as mãos e nunca mais voltar a me relacionar com ninguém.
obrigado por ficar quando viu não só o melhor, como o pior de mim. você não se assustou com meus erros, porque como eu, é humano também. obrigado por me deixar confortável em ser de carne e osso. por rir comigo das piores piadas e das coisas mais sem graça do mundo. e por me escutar todas as vezes que a ansiedade quer falar por mim. pois você faz com que paz não seja uma palavra distante do meu vocabulário.
e eu nunca te disse isso abertamente, acho.
a gente foi se envolvendo e se conhecendo tão bem, sendo tão de verdade um com o outro, que todos os meus fantasmas de outras relações acabaram desistindo de me atormentar. tem dias que me sinto inseguro e acho que ninguém vai me amar como eu sou - imenso, intenso, com o coração na boca. mas você já veio antes de todos os meus medos, e é por isso que estamos aqui.
obrigado por desconstruir a ideia de que o amor é aquilo que a gente vê na televisão. porque o amor real é aquele que conversa, escuta, dialoga. o amor real precisa aprender a passar pelos desafios da convivência, do atrito e do orgulho. é sobre ceder, crescer, dar as mãos e tentar ser cada dia melhor.
obrigado por me fazer tentar ser melhor. pra mim. sobretudo pra mim.
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Mar Menino
Poetryesse livro traz textos e poemas sobre meus dias em companhia da ansiedade, retratando desde o dia em que nos conhecemos. até os dias sombrios em que meu corpo sorria de maneira automática e eu era apenas uma carcaça sendo dirigida. o livro também re...