Pra quê cigarro,
se eu já trago
memórias suas?
Se as minhas roupas ainda têm
o seu cheiro
preso
e o seu batom?
Se a ansiedade ainda me bate,
na balada,
ou até mesmo em casa,
e se dormir ainda é um fardo,
se sonhar ainda é fuga,
se a minha vontade
ainda é
sua?
Pra quê cigarro, me diz?
Nunca fumei.
Você quem fumava
e me fez viciar em algo pior
que o seu Malboro que te matava.
Pra que um vício desses
que posso comprar no caixa do mercado?
Cigarro acalma a ansiedade?
O meu vício parece ser a própria ansiedade
de querer tua voz
e ouvir o silêncio. De cair na caixa.
De viver de áudios antigos
Meu vício foi te amar.
O Malboro te mata em alguns anos,
mas o meu está prestes a me matar.
Eu sou um reabilitado
querendo
liberdade.
Liberdade de você
das suas fotos
e de tudo o que você me causa.
Da inquietude
da falta de ar.
Da falsa solitude,
do medo de me entregar
pra outro alguém.
Fatídico dia
em que
eu
traguei
amor.
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Mar Menino
Poetryesse livro traz textos e poemas sobre meus dias em companhia da ansiedade, retratando desde o dia em que nos conhecemos. até os dias sombrios em que meu corpo sorria de maneira automática e eu era apenas uma carcaça sendo dirigida. o livro também re...