eu tô tentando te esquecer, mas é tão difícil todo o processo. fico pensando em você da hora em que acordo até os segundos antes de dormir. você está em tudo: nas festas que eu vou, na bebida que eu tomo, nos lugares perto de casa onde costumávamos andar e falar da vida. tem sido difícil sem você, e tem sido assim porque terminamos bem, em paz, sabendo que poderíamos ter continuado por muito tempo ainda, mas que era melhor seguirmos caminhos diferentes.
e não tem ressaca que cure essa dor que é sentir que você nunca mais vai me oferecer água antes de deitar. que você nunca mais vai me ver chorando, reclamando da saudade dos meus pais, que você nunca mais vai ver meus porres, e saber das minhas crises de ansiedade, e perguntar como é que eu estou, se comi, se estou feliz.
dói tanta coisa, sabe? dói tudo ter terminado no começo do ano; dói esperar este ciclo se encerrar e esperar pelo próximo; dói meus amigos perguntando de você e por que é que terminamos. fico pensando que até eu querer encontrar outra pessoa vai demorar muito tempo, e que até lá, até outro ciclo começar, eu vou chorar muito ainda. vou acordar no meio da noite e procurar seu corpo. vou olhar as mensagens no celular pra ver se alguma delas é sua. vou tentar te mandar mensagem, mas voltar atrás, por cuidado e proteção.
não tem dia seguinte que tire o peso dos planos, das conversas e de tudo que fizeram parte de nós. não há festa alguma que anime este estado de solidão que fica quando alguém vai embora da gente. não tem ressaca pós festa que tire essa solidão de mim.
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Mar Menino
Poetryesse livro traz textos e poemas sobre meus dias em companhia da ansiedade, retratando desde o dia em que nos conhecemos. até os dias sombrios em que meu corpo sorria de maneira automática e eu era apenas uma carcaça sendo dirigida. o livro também re...