carta aberta ao ano de dois mil e dezenove.

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escrito no dia, 1 de janeiro de 2020  às 22:45. 

2019, eu tive medo de você. eu tive medo de não ser a pessoa que pensei ser, e que você me provasse isso. eu tive medo de cair e de mudar. eu tomei decisões difíceis e decepcionei pessoas que eu amava, mas entendi que nem todo ano precisa ser o melhor ano da minha vida. essa sensação megalomaníaca de querer fazer o próximo ano ser melhor do que o anterior é uma queda certa. e eu caí de muito alto. não dá pra viver uma vida inteira sem cair, todo pássaro precisa descansar as asas.

em um ano minimalista da vida, uma quantidade ainda menor de pessoas permaneceram ao meu lado. algumas partidas foram escolhas minhas, outras não. mas saiba, 2019, que os meus parceiros ainda estão aqui apesar do meu medo constante de perdê-los (talvez seja a insegurança natural do meu coração inquieto).

o mundo é um processo e eu valorizo processos, mas nem sempre foi assim. hoje eu prefiro aprender a ser um perdedor do que tentar vencer todas as vezes. nem todo dia precisa ser extraordinário. 

eu acho que na verdade, 2019, eu tinha medo da pessoa que eu encarava no espelho... tinha medo de não saber o que dizer pra ela quando tudo desse errado.

e quer saber? deu errado, eu não soube o que dizer e eu continuo aqui.

a final, a vida é assim; se você não anda, ela te empurra. eu venci a passada, eu perdi essa... e agora vou buscar uma nova vitória.

mas dessa vez se eu perder, tá tudo bem. eu sei o que dizer pra pessoa que mora no meu reflexo. 

eu vou falar pra ela não ter medo. 

Mar MeninoOnde histórias criam vida. Descubra agora