Saudade não tem nome, tem identidade, rosto, voz, cheiro e nem sempre volta. Nem toda saudade existe, nem toda saudade é boa. Nem toda a saudade é recíproca e com certeza eu sinto saudade de coisas que nunca aconteceram. Eu sento no banco na frente do espelho e eu lembro da despedida: um beijo seu, um beijo do meu gato. O miado dele dizia: "obrigado pelo cuidado". Eu deixei a porta aberta quando saí, quem sabe a gente não volta? ⠀
A esperança é a última que morre afinal. Eu estive pensando mas não pude te contar, por ondem andam as pessoas? Eu vejo máquinas do lado de fora, eu vejo sorrisos invertidos na escola, e pessoas ocupadas demais pensando com o que se ocupar (e no fim não e ocupam com nada além de desculpas esfarrapadas). Não quero seu tempo inteiro pra mim, só parte dele, a parte conturbada na qual você arranja um pedacinho pra mim. Eu sou caótico de peito, nasci na calmaria e me criei na lei de não dormir antes das três. Você por outro lado, toda organizada, não percebe o caos que existe nas linhas que você traçou pra organizar a sua vida: é uma teia. Uma teia bonita, difícil de entender, mas funciona pra você. E se funciona pra você, funciona pra mim, pro meu gato e pro resto do mundo. E como uma boa teia, ela me prendeu. 'O peito caótico, a porta aberta e o gato.'
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Mar Menino
Poesíaesse livro traz textos e poemas sobre meus dias em companhia da ansiedade, retratando desde o dia em que nos conhecemos. até os dias sombrios em que meu corpo sorria de maneira automática e eu era apenas uma carcaça sendo dirigida. o livro também re...