Just one more - Seulmin Fanfic

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Seulgi ♡

Ao despertar naquela manhã eu não poderia garantir que me recordava de todas as coisas que havia feito na madrugada anterior.

Afirmar que sim seria a maior loucura da minha vida, tendo em mente que eu não podia precisar num primeiro plano, como havia ido parar ali. Uma rápida olhadela ao meu redor havia me informado que me encontrava num dos quartos do segundo andar. Qual deles, exatamente, eu não poderia informar.

Apenas sabia que pertencia ao segundo andar pela coloração do papel de parede, um dourado desbotado, que algum dia fora bonito e integrava a seleta cartela de um decorador da cidade, mas que agora não passava de um tom amarelado feio, que incomodava ainda mais as minhas retinas sensíveis devido ao sol matutino que invadia o recinto pelas frestas da única janela. Lentamente, minha mente adormecida foi se despertando, a claridade incômoda sendo absorvida aos pouquinhos pelos meus olhos, até que não me irritasse tanto. Tornei a fechar os olhos, questionando-me mentalmente os motivos pelos quais eu poderia ter ido parar ali. Isso, antes que um grunhido e a movimentação de um corpo próximo ao meu me assustassem, fazendo se abrirem pela segunda vez naquela manhã as cortinas de minhas pálpebras.

- Apague essa luz, Seul... - uma voz, caracteristicamente masculina, resmungou, chamando minha atenção para meu lado esquerdo na cama. Virei-me, erguendo-me sobre o colchão, num movimento rápido demais para minha cabeça, que girou, deixando-me tonta devido ao torpor de acordar daquela maneira tão brusca; precisei piscar algumas vezes antes de focar o cabelo bagunçado e as feições irritadas do homem deitado ao meu lado. Tão devagar como eu mesmo o fizera, ele despertava, suas pestanas delicadas batendo uma,duas vezes, enquanto ele tentava lutar contra a claridade. Encarei-o, sentindo seus olhos, da cor da avelã àquela hora do dia, encarando-me de volta, enquanto temerosamente eu desviava meu olhar de seu rosto, voltando a analisar a situação em que nos encontrávamos, sentindo-me a um fio de entrar em curto. As cobertas reviradas, um dos dois travesseiros ao chão, próximo a nossos sapatos, deixados ali sem nenhum cuidado; suas roupas em completo desalinho - num reflexo perfeito de como se encontravam as minhas próprias, eu viria a saber alguns minutos depois. Sua camisa de botões parcialmente aberta revelava uma porção generosa de sua pele pálida sob o tecido de algodão. Então, tomando consciência de meu olhar sobre si, sua atenção se desviando para si próprio, seus olhos se arregalaram ao constatar o estado em que se apresentava.

- Seulgi. O que. Demônios. Nós. Fizemos?! - a última parte saiu esganiçada, quase um grito surpreso. Ergui o olhar, encarando-o tão apavorada quanto, assistindo quando num movimento exasperado o mesmo se movimentou sobre o monte de cobertas, perigosamente próximo à ponta, acabando por se desequilibrar e ir ao chão, com um baque surdo.

- Yoongi! - exasperei-me, aproximando-me afobada da borda da cama. Alcancei-a a tempo de vê-lo se apressar a se reerguer, retornando para a cama num salto, como um gato assustado que é jogado na água e o único em que pode pensar é em sair dela, o mais rápido possível. Recuei, quando o mesmo voltou a aterrissar sobre o colchão, a proximidade entre nossos rostos envergonhando-me por um momento. Limpei a garganta, recuperando minha voz. - V-você... Você está bem? - murmurei o observando enquanto o mesmo levava uma das mãos à nuca, parecendo massagear um ponto dolorido. - Você se machucou? - subitamente preocupada, tornei a me aproximar dele, num movimento impensado levando uma das mãos ao local que ele próprio pressionava. O toque de nossas peles fez com que o mesmo se assustasse, seu olhar um tanto quanto perdido se deslocando, suas íris profundas procurando as minhas. Acovardei-me mais uma vez, tentando puxar minha mão de volta, sendo surpreendida por seu agarre firme em meu pulso, impedindo-me de me afastar.

- Não. Não eu... eu estou bem. - murmurou, ainda me encarando, ainda me segurando, nossos corpos e rostos ainda próximos. - O que foi que nós fizemos...? - questionou, num sopro baixo, porém audível para mim.