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Aviso:
Este capítulo contém cenas explícitas de cárcere privado, abuso físico e violência. Tenha cuidado durante a leitura.

Jimin♤

- Eu sei onde Yoongi está, e preste muita atenção porque só irei dizer uma vez... - a velha senhora sussurrou, como se este fosse o maior segredo de sua existência. Em meu interior eu não tinha dúvidas de que era exatamente assim que aquela informação poderia ser tratada, porque em minha consciência aquilo tinha um valor muito maior do que qualquer outra coisa que já me houvesse sido dita. As palavras que deixaram sua boca a seguir tiveram para mim a mesma relevância que o peso do corpo em ouro teria para o mais pobre ou ganancioso dos homens. Era uma fala preciosa, e que decidiria todo o rumo de minha vida - de várias vidas, eu podia sentir.

O tempo ao meu redor pareceu congelar, meus sentidos e toda a minha concentração recaindo sobre aquela figura franzina, o rosto repleto dos vestígios da passagem dos anos absolutamente sereno enquanto ela descrevia o caminho que eu deveria seguir, para chegar aonde pretendia.

- É uma propriedade da família, mas está no nome do Yoongi. - explicou a senhora Min, e antes que eu pudesse pensar a respeito meus dentes estavam trincados. Ouvir o nome dele provocava uma série de reações negativas em meu corpo e também em minha mente, adrenalina e ansiedade pelo confronto inevitável que teria pela frente e uma expectativa de proporções jamais pensadas antes. Meu coração disparava ao pensar que a espera estava finalmente acabando, que dali a pouco tudo estaria definitivamente acabado... mas obriguei-me a voltar para o presente, a focar no momento que vivia. Não podia antecipar nada afinal de contas, não poderia sequer imaginar como ambos, ele e Seulgi, reagiriam. Algo me dizia, entretanto, que não haveria uma celebração de boas vindas. - Fica num local isolado, mas creio que você conseguirá encontrar o acesso... saberá que está no lugar certo quando ver o carvalho... é uma árvore antiga e não há outra como ela em ponto nenhum das estradas aqui por perto. Você entendeu bem? - murmurei um monossílabo em concordância e a senhora Min suspirou. - Excelente...

E então ela se ergueu, endireitando a postura. Percebi que continuava no chão, e que meus joelhos começavam a protestar pelo peso e pela imobilidade. Levantei-me devagar, acompanhando-a com o olhar enquanto ela se afastava. Nossa conversa chegara ao fim e ela não tinha mais nada para me falar. Tempos depois questionaria-me se sentia o mesmo que eu, uma sensação estranha, como se uma tempestade estivesse armada e pronta para cair a qualquer segundo sobre nossas cabeças. Meus olhos voltaram-se para o céu. Estava nublado, era verdade, mas não parecia que ia chover... ao menos não ainda. Minha atenção recaiu novamente para a mãe daquele que um dia fora meu melhor amigo.

- Senhora? - chamei-a. Sua mão parou sobre a maçaneta da porta. Olhou-me por sobre o ombro, o semblante cansado e sério como eu não vira até então. Precisei desviar o olhar, antes de formular melhor a pergunta. No fim, acabou soando como uma afirmativa, mas era algo do qual eu estava mais perto de conhecer a verdade do que desconhecê-la. - Essa casa era... onde Yoongi e Seulgi viveriam se... se houvessem se casado.

Ela assentiu uma vez e meu coração pulou uma batida. Seus olhos pareciam voltados para um passado distante, cheio de expectativas que não haviam se concretizado no prazo que havia imaginado. Um futuro que nunca ocorrera, que permaneceria para sempre apenas no imaginário e nas lembranças dos que fizeram parte daqueles momentos.

- Ela era uma menina adorável, e eu teria amado tê-la como minha nora. - confessou, um pequeno e triste sorriso se formando em seu rosto, desaparecendo tão rápido quanto. - Mas hoje eu agradeço que nada disso tenha acontecido. Meu filho, por mais que eu o tenha amado... por mais que eu o ame, Yoongi não é mais merecedor dela. É ao seu lado que ela deve estar... ao lado de alguém que a ame. Assim como eu amarei o meu menino até o último segundo, tenho certeza, é a você que ela amará, pelo restante de seus dias. É assim que deve ser. - ditou, sua voz tremendo e falhando em uma ou outra sílaba. Assenti devagar, meus olhos baixando para a escadaria porque de repente tornou-se insuportável olhar para aquela mulher... para aquela mãe. Eu não conhecera o amor que ela narrava, o amor materno, mas tinha a oportunidade de provar esse sentimento pela primeira vez na vida. Seulgi me dera a oportunidade de amar e ser amado, e eu lutaria por isso.

Just one more - Seulmin FanficOnde histórias criam vida. Descubra agora