Irene☆
A parte mais incrível das noites na taverna, sem sombra alguma de dúvida, eram as discrepâncias temporais.
Em certos dias, os mais tediosos, o tempo demorava a passar: minutos se convertiam em horas... segundos em séculos. Noites longas geralmente eram sinônimo de clientes pegajosos - geralmente homens de mais idade, senhores já casados, patriarcas de famílias tradicionais e respeitáveis, durante o dia, que não tinham pudor nenhum de correr para o salão do sobrado, tão logo o sol se recolhia, em busca daquilo que dificilmente tinham em casa. Mulheres jovens.
Em outros dias, no entanto, as horas passavam depressa. Segundos, na contagem da casa, eram períodos inteiros, nos cálculos que quem estava do lado de fora; os culpados por isso? Jovens, alguns arruaceiros, inconsequentes garotos recém saídos dos cueiros, que, fugindo aos dogmas estipulados pela alta sociedade, encontravam, entre as meninas que circulavam pelos cômodos, aquilo que desejavam: experiência sexual.
E, em meio à tudo isso, havia aquilo que conhecíamos como "meio-termo". Noites que começavam tediosas... mas que, com o correr dos passos, acabavam passando de maneira excitante e divertida.
E era exatamente nessa classificação que colocaríamos aquela noite em específico, caso fosse posto em votação.
Aparentemente calma, porém severamente agitada.
Prova disso? As dúzias e dúzias de garrafas sendo entregues à cada minuto pelas meninas que se encontravam no bar, comigo. Cerveja barata, whisky de preço mais ácido, copos e copos sendo avidamente sorvidos pelos clientes.
"À uma cena como essa, é preciso beber, Irene!", ouvira eu, numa das costumeiras voltas que dava pelas mesas do salão, me certificando de que tudo corria bem entre aqueles que trabalhavam - no caso, nós - e aqueles que pagavam, eles.
Ah, sim... o incidente de mais cedo.
Memorável, seria pouco para descrever o ocorrido. "Park Jimin pedindo desculpas por algo? Boneca... aqueles que presenciaram, certamente irão contar às gerações futuras...", dizia um sujeito, caindo de bêbado, à uma das meninas, no instante em que me aproximei. Mas, mesmo bêbado, tinha lá a sua razão.
Em anos e anos administrando o funcionamento do salão,eu jamais vira uma cena daquelas.
Brigas, sim, eram algo comum entre os frequentadores da taverna... vez ou outra, um dos clientes entrava em conflito com alguma prostituta, ou mesmo com outros clientes. Poucas foram, no entanto, as situações onde a polícia precisou ser envolvida para separar os baderneiros - mesmo porque a própria polícia da cidade evitava se envolver com assuntos da casa de prostituição oficial do Distrito. Mais raras, ainda, eram as ocasiões onde uma das partes decidiu se desculpar... Se desculpar em público, em frente à todos os presentes...!
Isso certamente era algo que eu jamais havia presenciado. O que só servia para tornar o fato ainda mais curioso... não só para mim, mas para todos aqueles que estavam presentes, as expressões de choque e surpresa eram reconhecíveis mesmo a distância, quando o discurso inflamado do Park começou a ser proferido, em alto e bom tom; um burburinho geral à respeito do assunto se formou, imediatamente após o término da fala do mesmo, e pelo que podia observar agora... certamente continuaria noite adentro...
Bem como toda a atividade que naquele exato momento estava acontecendo, especificamente, num dos quartos do segundo andar. Isto é, se aqueles dois obtiveram sucesso em chegar até lá...
O fantasma de uma careta ameaçou se formar em meu rosto, quando, sem a minha permissão, minha mente me presenciou com cenas exageradamente realistas de Minah... em plena atividade sexual. Pisquei um par de vezes, meus olhos focando, novamente, na realidade diante de mim.
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Just one more - Seulmin Fanfic
FanfictionJovem. Bonito. Ele deveria ter sido só mais um cliente. Só mais um entre os tantos que passam diariamente por este lugar. Um dos tantos homens entediados com suas famílias que vêm até aqui em busca de diversão. Ele deveria ser só mais uma bolsa chei...