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KRISTA

- Até quando vai continuar com isso?

- Trazendo frappuccino com duplo creme de chocolate?

Entro na picape de Joshua e pego o frappuccino que ele está oferecendo. Ele é ridiculamente encantador, como um bom amigo que começou a ser há dez dias.

Um amigo lindo e sexy, que eu estaria muito interessada se eu tivesse tempo para interesses amorosos ou sexuais nesse momento. Olhar o maxilar perfeito dele as vezes me deixa viajando em pensamentos idiotas.

- É início de outubro, as temperaturas começam a cair, de jeito nenhum vai andar quinze ou vinte minutos a pé no frio. - Joshua fala ligando o carro.

O prédio da Fuqua Duke fica há cinco minutos de carro. Eu achava que ia poder pegar carona com Catherine, mas ela quase sempre está atrasada para a primeira aula.

- Obrigada Josh. Mas hoje é uma raridade de dia frio, o resto dos dias na Carolina do Norte são um inferno.

O sorriso de criança corta seu rosto quando digo Josh e não Joshua. Porque ele agora é o Josh que estou conhecendo e não aquele que mal conhecia em Wilmington.

- Onde está nosso amigo Roger hoje? -Pergunto estranhando estarmos com uma companhia a menos hoje.

Eu deveria o chamar de Carter, mas eu gosto de como ele resmunga a cada vez que uso seu primeiro nome.

- Dúvido que vá aparecer. Ele deu uma de Shane ontem e ficou me incomodando.

Shane é o outro companheiro de casa e de time deles. Nas duas vezes que estive na casa nós não conversamos, mas ele olhou para os meus peitos nas duas. Se ele for quieto com as garotas que transa como é na minha frente eu não entendo como elas gostam de alguém que não conversa com elas.

Provavelmente ele é do tipo que vê mulheres pedaços de carnes.

- Roger levou alguém?

Dou um gole no frappuccino esperando a resposta, mas ao invés disso a expressão de Josh fica pesada assim como seus dedos no volante.

- Ele ficou fazendo vídeo chamada pornô, com a minha irmã que se casa em novembro.

- Ah.

Sabe quando você se expressa, mas ainda não terminou de entender e quando finalmente entende choque se apossa de você? Essa sou eu agora quase cuspindo a bebida.

- Como é que isso aconteceu? - Fico tão curiosa quanto chocada.

- No primeiro ano eu ia a Wilmington pelo menos uma vez por mês, a família do Carter mora longe, ele não ia conseguia ir, ele não é rico, o pai dele juntou dinheiro uma vida toda para ele vir a faculdade e Carter também trabalhou na escola secundária toda, até hoje ele faz alguns bicos. Mas enfim...

Antes que ele continue eu sorrio por perceber que o melhor amigo de Joshua na faculdade não é rico. É, acho que os círculos nem sempre precisam serem baseados no poder aquisitivo.

E penso em como me identifico com Carter, embora minha tia e irmão morem há duas horas e meia daqui de carro eu levaria cinco horas de ônibus e seria obrigada a ir a Raleigh primeiro e pegar outro ônibus, o que quer dizer que eu gastaria cem dólares e dez horas de viagem para ir e voltar. E, desde que eu trabalho e raramente tenho dois dias de folga ir e voltar no mesmo dia é um gasto que não compensa.

- Eu percebi naqueles dias de Natal que algo estava acontecendo, mas só quando fomos nós três e outros amigos para a casa de Sea Breeze que a coisa ficou explícita. - Josh continua.

Conhecendo você (Astros de Duke #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora