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JOSHUA

Quando seu pai sai da cidade dele para vir até onde você faz faculdade para vocês conversarem todos os pensamentos sérios passam por sua cabeça.

Estou desde sábado pensando nisso, por isso quando abro a porta para ele no fim de tarde da segunda-feira eu estou pilhado.

— Ei.

É o que digo. E não é um bom jeito de cumprimentar meu pai.

— Oi Joshua. — Ele retribui. — Espero não estar atrapalhando em nada, mas não dava para esperar mais.

— Tudo bem. Entre, pai.

Ele assente e assim que ele faz isso Shane e Carter descem as escadas. Fico tenso na hora, sei que a tensão vai preencher a sala. Carter e eu ainda não estamos bem. Longe disso.

— Adam. — Ele diz para o meu pai. — Bem vindo a nossa casa.

Carter faz soar como se tivesse tudo bem.

— E, esse é o Shane.

— Muito prazer. — Shane lembra de suas boas maneiras e depois cutuca Carter. — Estamos indo a academia. A gente avisa que não pode ir.

— Valeu.

Os dois vão e eu digo para o meu pai se sentar.

— Quer beber algo? — Pergunto antes de me sentar também.

— Você tem cerveja?

Wow. Estamos entrando em um caminho perigoso aqui. Meu pai raramente toma cerveja, ele é mais do tipo vinhos e whiskys caros.

— Tenho.

Acho que não consigo disfarçar minha tensão por não conseguir nem imaginar o que ele quer conversar. Não gosto de ficar no escuro sobre nada, gosto de ter o próximo passo planejado, como no campo. Mesmo que nem sempre saia como planejei.

Vou a cozinha e pego duas garrafas as abrindo e entrego uma para ele quando me sento no sofá.

Meu pai dá um gole longo e então um sorriso nervoso.

— O que está acontecendo? — Pergunto porque não posso suportar essa espera da conversa chegar e fluir até o ponto que ele quer. — É algo importante para vir até aqui.

— Sim, é. Me dê um minuto. — Ele dá outro gole na cerveja e não sei se um minuto se passou quando ele resolve falar. — Sua mãe e eu estamos nos divorciando.

Porra. Meu pai e minha mãe não combinam em quase nada, eu sempre achei isso. Mas também achava que eles nunca se separariam, como boa parte das pessoas presas em casamentos infelizes.

Se isso está acontecendo tem que ter um motivo muito grande.

Coloco a mão sobre o ombro do meu pai, tentando dar algum apoio a ele. A cada instante ele parece mais desconfortável.

— Não vai me perguntar o motivo?

— Se quiser me contar.

Eles são meus pais, não é como se eles tivessem obrigação de me contarem ou eu tivesse o direito de opinar.

— Há menos de doze anos eu tive um caso. — Pausa dramática aqui. Não porque ele faça, mas porque estou surpreso dele me contar isso e acho que ele percebe. — Mesmo nosso casamento estando mal há muito mais tempo que isso. Foi a única vez.

— Ok... — Não estou aqui para julgar. — A mãe descobriu agora, por isso o divórcio?

Meu pai move a cabeça negando.

Conhecendo você (Astros de Duke #3)Onde histórias criam vida. Descubra agora